Mensagens Reformadas
NA ESTRADA BUNYAN
Minha metáfora favorita para a vida sempre foi a estrada. É fato: na frase “A vida é como uma estrada”, a palavra “como” não tem direito de estar ali. A vida é uma estrada, e somos peregrinos nela. Somos Odisseu, Enéias, Dante, Dom Quixote, Huck Finn, Bilbo Bolseiro e aquele grupo heterogêneo que se junta a Chaucer na longa estrada para a Cantuária.
Na época em que descobri O Peregrino, já tinha me convencido de minha condição como um peregrino, como um viajante nesta terra. Foi John Bunyan (1628-1688) quem me ensinou que a jornada não é apenas externa; é também – principalmente, talvez – interna.
Aprendendo a linguagem
Geograficamente falando, a estrada da vida levou-me de Nova Jérsei para o norte do estado, Nova Iorque, para Ann Arbor, Michigan e para Houston, Texas. Do ponto de vista pessoal, levou-me da infância à faculdade, da escola de pós-graduação ao casamento e da academia à paternidade. Mas tenho cumprido muito de minha jornada em uma estrada oculta, cujo pavimento não pode ser visto por olhos humanos e cujos desvios transcendem os cenários intelectual, emocional e espiritual.
Bunyan deu-me um método e uma linguagem – a da alegoria – ao traçar a jornada interna e, ao fazê-lo, capacitou-me tanto a enxergar a estrada quanto a avaliar meu progresso ao longo do caminho. Ele não inventou a alegoria, e certamente existem muitos lugares em O Peregrino que fazem atolar ou se tornam prolixos e enigmáticos; mas conseguiu tocar algo muito profundo na psique humana. É por isso que seu livro, embora aparentemente se dirigisse apenas aos puritanos ingleses, apresentou um apelo universal.
É óbvio que entendi o conceito de urgência – em termos de fé, relacionamentos e carreira –, mas a cena de abertura de O Peregrino tornou essa urgência real e visceral. Quando o indivíduo comum de Bunyan, Cristão, descobre que está vivendo na Cidade da Destruição e seu único recurso é fugir da ira vindoura, ele não tira uma soneca, discute a questão calmamente com os amigos, consulta um psiquiatra ou toma remédios controlados: ele corre. Ele enfia os dedos nos ouvidos para abafar o choro de sua esposa e filhos enquanto berra a plenos pulmões: “Vida, vida, vida eterna!”.
Essa imagem permaneceu gravada em minha mente. Ela faz o que uma centena de sermões não poderiam fazer. Ela capta, tanto física quanto exteriormente, a batalha espiritual interna que enfrentamos quando chamados a fazer algo contracultural. Devemos tapar nossos ouvidos às alegações do mundo, de tudo o que é confortável, familiar e seguro. Devemos olhar adiante, permanecer focados e seguir em frente.
Muitos dos grandes heróis da literatura inspiraram-me à coragem: Aquiles, Odisseu, Enéias, Beowulf, Arthur e Henrique V. Mas aqui era um tipo diferente de coragem, e em um homem que não era, por outro lado, notável. Cristão não é nem forte, nem altamente instruído, nem supremamente virtuoso. Mas ele atende ao chamado, e recusa-se a fazer o papel da esposa de Ló. Uma vez posicionado em seu rumo, ele não olha para trás, a despeito dos argumentos “lógicos” apresentados por aqueles que estão tentando pôr fim à sua determinação.
Percurso perigoso
A estrada que Cristão pega em seu caminho para a Cidade Celestial é perigosa, e disso aprendi que devo estar vigilante.
O principal perigo que ele encontra é a Feira das Vaidades, o grande bazar onde tudo está à venda – de prata e ouro a casas e terras; de títulos e reinos a maridos e esposas. Bunyan viveu no despontar do capitalismo internacional, e foi um dos primeiros a ver o sua armadilha espiritual mais perniciosa: não – como os medievais teriam argumentado – que se alimenta da usura (empréstimo a juros), e sim que reduziu tudo a uma etiqueta de preço. Nessa lógica, a felicidade não seria uma virtude necessária para se cultivar interiormente, mas apenas outro bem de consumo à venda para quem der o maior lance no mercado do mundo.
Cristão sobrevive ao confronto com Feira das Vaidades, mas seu companheiro de viagem, Fiel, morre uma morte de mártir. Os jurados que o condenam têm nomes apropriados: Sr. Cego, Sra. Injustiça, Sr. Malicioso, Sra. Lascívia, Sr. Libertino, Sra. Imprudência, Sr. Pretensioso, Sra. Malevolência, Sr. Mentiroso, Sra. Crueldade, Sr. Ódio-à-Luz e Sr. Implacável. Há, nisto, uma poderosa lição que ficou comigo. Embora Fiel não apresente uma ameaça efetiva para a Feira das Vaidades, sua mera presença dentro da Feira a condena. Ele acaba com o jogo, não por liderar um exército revolucionário, mas por expor sua loucura e engano.
A guerra interior
Todavia, embora o episódio na Feira das Vaidades tenha me ajudado a abrir os olhos para os sorridentes, sofisticados e farisaicos inimigos mundanos, a alegoria de Bunyan alertou-me com mais frequência para as tentações que emergem de dentro da alma. E dessas, a mais mortal é o desespero.
Já que Deus é o Deus dos peregrinos, ele misericordiosamente envia um novo companheiro para Cristão, Esperançoso, a fim de preencher o vazio deixado pela perda de Fiel. A princípio tudo vai bem, com Cristão desmascarando, de forma corajosa e prudente, o oportunismo mundano e aqueles que se acomodam a ele. Mas então, em busca de uma estrada mais tranquila, eles abandonam a trilha reta para pegar o Atalho mais fácil. Cristão logo se dá conta de seu erro e pede desculpas a Esperançoso por desviá-lo, mas há um preço a ser pago. Incapazes de recuperar a trilha reta, eles são forçados a dormir no Atalho e, enquanto dormiam, são capturados pelo gigante Desespero e trancafiados no calabouço do Castelo da Dúvida. Lá, sofrem castigos diariamente do gigante Desespero, que os aconselha ao suicídio para pôr fim a sua dor e miséria.
Era assim o desespero: ser trancafiado em um fosso e destruído a golpes de culpa, preguiça e desânimo. Em muitos sentidos, é como o tédio e o enfado de vida que afligem o melancólico Hamlet, só que aqui a tentação é espiritual. Cristão quase perde a esperança nas promessas da Escritura e, desse modo, na pessoa do Deus que lhas deu.
Felizmente, o nome de seu companheiro reflete seus dons especiais. Repetidas vezes, Esperançoso instiga Cristão a criar coragem e a esforçar-se. Ele traz à memória do seu amigo desesperado as suas primeiras vitórias contra o pecado e a perseguição, recomendando fé, paciência e resistência. Por fim, após uma noite de fervente oração, Cristão faz uma descoberta que o leva a gritar de assombro. O tempo todo ele trazia no peito uma chave chamada Promessa, que pode abrir qualquer fechadura do Castelo da Dúvida. Uma vez que se dá conta disto, ele tira a chave e, uma a uma, as portas do Castelo repentinamente se abrem para facilitar a fuga deles.
Descanso ao longo do caminho
Bunyan preparou-me bem para as picadas sutis e ciladas, para as armadilhas traiçoeiras e tentações que tiram os peregrinos da estrada certa; mas ele também me ensinou que existem muitos lugares de refúgio ao longo do caminho. O Palácio Belo, o Rio de Deus, as Montanhas Aprazíveis – todos proporcionam descanso e refrigério para o peregrino fatigado.
A Ética Protestante do Trabalho – herdada por nós do improvável, se não irônico, casamento entre os puritanos ingleses que fundaram os Estados Unidos e os negociantes holandeses que inventaram o capitalismo internacional – não precisa definir e disciplinar todo o nosso momento de vigília. Há espaço para lazer e comunhão, riso e alegria, beleza e admiração dentro deste vale de lágrimas.
Podemos ser viajantes atravessando um mundo que não é o nosso lar, mas que não deveria nos impedir de divertir-nos nessas temporárias embora adoráveis hospedarias que nos oferecem descanso para a noite.
Fonte: Voltemos ao Evangelho
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soberania de deus na salvação
Por John Piper
Os “Cinco Pontos” do Calvinismo
Dezembro 10, 1997 | Tópico: A Soberania de Deus
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A salvação não está definitivamente nas mãos do homem para determinar. As escolhas do homem são cruciais, mas elas não são o definitivo, decisivo poder que o traz para a glória, a graça soberana de Deus é que o faz.
1. Deus elege, escolhe, antes da fundação do mundo quem Ele irá salvar e quem ele deixará para a descrença e pecado e rebelião. Ele faz isso incondicionalmente, não com bases na fé prevista que os humanos produzem por um suposto poder de suprema autodeterminação (= “livre-arbítrio”).
Atos 13:48, “E os gentios, ouvindo isto, alegraram-se, e glorificavam a palavra do Senhor; e creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna”.
Romanos 11:7, “Pois quê? O que Israel buscava não o alcançou; mas os eleitos o alcançaram, e os outros foram endurecidos”.
João 6:37, “Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora”.
João 17:6, “Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste; eram teus, e tu mos deste, e guardaram a tua palavra”. (João 6:44, 65).
2. A expiação se aplica para os eleitos de uma forma única e particular, embora a morte de Cristo seja suficiente para propiciar os pecados do mundo inteiro. A morte de Cristo efetivamente realizou a salvação para todo o povo de Deus.
Efésios 5:25, “Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela”.
Hebreus 10:14, “Porque com uma só oblação aperfeiçoou para sempre os que são santificados”.
João 10:15, “Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai, e dou a minha vida pelas ovelhas”.
Romanos 8:32, “Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas?”.
3. Por causa da Queda, os humanos são incapazes de qualquer bem salvífico para além da obra regeneradora do Espirito Santo. Nós estamos desamparados e mortos no pecado. Temos uma mentalidade que “não consegue se submeter a Deus sem a ativação divina”.
Romanos 8:7-8, “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus”.
Efésios 2:1, 5, “E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados”.
4. O chamado de Deus é eficaz, e, por isso Sua graça não pode ser definitivamente frustrada por resistência humana. O chamado regenerador de Deus pode superar toda resistência humana.
Atos 16:14, “E uma certa mulher, chamada Lídia, vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira, e que servia a Deus, nos ouvia, e o Senhor lhe abriu o coração para que estivesse atenta ao que Paulo dizia”.
João 6:65, “E dizia: Por isso eu vos disse que ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não lhe for concedido”. (Mateus 16:17; Lucas 10:21).
1 Coríntios 1:23-24, “Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos. Mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus”.
5. Aqueles quem Deus chama e regenera, Ele também protege para que eles não se desviam da fé e graça totalmente e definitivamente.
Romanos 8:30, “E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou”.
João 10:27-29, “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai”.
Filipenses 1:6, “Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo”.
1 Tessalonicenses 5:23-24, “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é o que vos chama, o qual também o fará”.
Conclusão
Romanos 11:36, “Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém”.
Fonte: Voltemos ao Evangelho
ELEIÇÃO DIVINA, A ESCOLHA DA GRAÇA
Na igreja protestante, há dois segmentos: o Calvinismo e o Arminianismo. O Calvinismo enfatiza a eleição divina; o Arminianismo o livre arbítrio humano. O Calvinismo ensina que Cristo morreu para efetivar nossa salvação; o Arminianismo ensina que Cristo morreu para possibilitar a nossa salvação. Para um arminiano Deus escolhe o homem para a salvação, quando este crê; para um calvinista o homem crê porque foi escolhido. Vamos, examinar, agora, à luz de Efésios capítulo 1, versículo 4, a doutrina da eleição: “Assim como nos escolheu, nele, [em Cristo], antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele…”.
Em primeiro lugar, o autor da eleição. Deus é o autor da eleição e não o homem. Foi Deus quem nos escolheu e não nós a ele. Na verdade, jamais poderíamos escolher a Deus. Estávamos mortos em nossos delitos e pecados. Éramos ímpios, fracos, pecadores e inimigos de Deus. Por isso, a escolha de Deus é incondicional. Deus não nos escolheu por causa dos nossos méritos, mas apesar dos nossos deméritos. Deus não nos escolheu porque éramos bons, mas apesar de sermos maus. Deus não nos escolheu porque cremos em Cristo; cremos em Cristo porque Deus nos escolheu (At 13.48). A fé não é causa da eleição, mas seu resultado. Deus não nos escolheu porque éramos santos; Deus nos escolheu para sermos santos. A santidade não é causa da eleição, mas sua consequência. Deus não nos escolheu por causa da nossas boas obras; Deus nos escolheu para as boas obras. Somos feitura de Deus, criados em Cristo Jesus para as boas obras.
Em segundo lugar, o tempo da eleição. O apóstolo Paulo diz que Deus nos escolheu antes da fundação do mundo. Não havia em nós qualquer mérito que justificasse essa escolha, uma vez que Deus colocou o seu coração em nós antes de nós colocarmos nosso coração nele. Sua escolha foi livre, soberana, incondicional e cheia de graça. Ele não deixaria de ser Deus pleno e feliz em si mesmo se não tivesse nos escolhido. Mas, ele, por amor, nos amou com amor eterno e nos atraiu para si com cordas de amor. E isso, desde os refolhos da eternidade. Ainda não havia estrelas brilhando no firmamento. Ainda os anjos de Deus não ruflavam suas asas cumprindo as ordens suas ordens. Ainda o sol não havia dado a sua claridade, e Deus já havia nos amado e nos escolhido para a salvação.
Em terceiro lugar, o agente da eleição. O apóstolo Paulo diz que Deus nos escolheu em Cristo. Ele é o amado de Deus, o escolhido do Pai. Nele somos amados. Nele somos eleitos. Nele somos perdoados. Nele somos remidos. Nele somos salvos. Não há salvação fora de Cristo. Não há nenhum outro nome dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos. Jesus é único caminho para Deus. Ele é o único Mediador entre Deus e os homens. Jesus é a porta do céu. Não há eleição fora de Cristo. Vivemos pela sua morte. Somos purificados do pecado pelo seu sangue. O mesmo Deus que escolheu nos salvar, elegeu também nos salvar por intermédio de Cristo. Ninguém pode ser salvo e ninguém pode confirmar sua vocação e eleição, a menos que se renda a Cristo e o confesse como Salvador e Senhor.
Em quarto lugar, o propósito da eleição. O apóstolos Paulo afirma, categoricamente, que Deus nos escolheu em Cristo, para sermos santos e irrepreensíveis. Se o autor da eleição é Deus, se a causa da eleição é a graça divina, se o agente da eleição é Cristo, o propósito da eleição é a santidade. Deus não nos escolheu para vivermos no pecado; mas para sermos libertos do pecado. Cristo não morreu para que aqueles que permanecem em seus pecados tenham a vida eterna; ele morreu para que todo o que nele crê seja santo com Deus é santo. Se a santidade não é a causa da eleição, é sua evidência mais eloquente. Ninguém pode afirmar que é um eleito de Deus, se não há evidências de santidade em sua vida. Por isso, a Palavra de Deus é oportuna em nos exortar: “Por isso, irmãos, procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição…” (2Pe 1.10).
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Halloween. Inofensiva Brincadeira Americana? |
Por Jáder Borges
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A Mente de Cristo - Stephen Kaung
O que é a mente de Cristo? Se o Filho quisesse manter os seus próprios
direitos, sentar no trono com Seu Pai, de ser adorado pelos anjos, de
governar e reger o universo, de viver em glória e honra. Esse era o Seu
direito. Mas, essa não era a mente de Cristo. A mente de Cristo era se
despojar dos Seus direitos, de Sua glória, de Sua honra até mesmo de Sua
onipotência. Ele estava desejoso de se despojar de tudo como Deus e Se
humilhar para ser um servo, para ser um Homem. Que humilhação foi essa!
Sem essa mente, a encarnação é impossível.
Paulo disse: “Tende em vós o mesmo sentimento (mente – na versão em inglês) que houve também em Cristo Jesus”.
A encarnação nos lembra da humildade do nosso Senhor Jesus porque Ele
se humilhou. Por esse motivo, deveríamos permitir que Sua mente
estivesse em nós, a mesma mente que estava em Cristo Jesus.
Naturalmente, somos orgulhosos. Não somos nada, mas achamos que somos
alguma coisa. Ele é tudo e, ainda assim, considerou a Si mesmo como
nada. Como precisamos aprender a lição da humildade! Como é dito na Sua
Palavra: Deus dá graça ao humilde, mas resiste ao soberbo. Humildade é a
mente de Cristo.
Humildade e humilhação são duas coisas
distintas. Humildade é uma atitude interior; humilhação é um ato
exterior. Humildade é algo que vem de dentro, voluntariamente.
Humilhação é algo imposto externamente. Pelo fato de não sermos
humildes, somos humilhados freqüentemente. Mas, se somos humildes,
estamos além da humilhação. Há um livro chamado Além da Humilhação (The
Way of the Cross – Beyond Humiliation, J.Gregory Mantle, Kingsley Press,
2004), é um livro muito bom. Se somos humildes, estamos além da
humilhação. A razão pela qual nos sentimos humilhados é porque não somos
humildes. Não culpemos as pessoas que nos humilham. Precisamos disso
para desenvolver aquele espírito de humildade. Sempre que pensarmos na
encarnação, nos lembremos da mente de Cristo.
Fonte: Preciosa Semente
Um Coração Profundamente Afetado
– Jonathan Edwards
O ser humano tem a tendência de
permanecer inativo até ser influenciado por alguma emoção: amor ou ódio,
desejo, esperança, temor etc. Essas afeições representam o "princípio da
ação", aquilo que nos impulsiona, que nos faz agir.
Quando olhamos para o mundo,
vemos pessoas extremamente ocupadas. As emoções mantêm-nas ocupadas. Se
pudéssemos retirar a emoção das pessoas, o mundo ficaria imóvel e inativo; não
haveria mais atividade. É o sentimento chamado "cobiça" que impele
alguém a buscar vantagens mundanas; é o sentimento chamado "ambição"
que induz alguém a buscar glória humana; é o sentimento chamado
"lascívia" que leva a pessoa a buscar prazer sensual. Assim como os
sentimentos mundanos são o princípio de ações mundanas, os sentimentos
religiosos (Afeiçoes santas) constituem o princípio de ações espirituais
verdadeiras.
Quem possui apenas conhecimento
de doutrina e teologia — sem afeição santa
— nunca se entendeu a verdadeira religião. Não há nada tão claro quanto
isto: nossa prática religiosa tem sua raiz unicamente dentro de nós, até onde
as emoções nos levam. Milhares de pessoas ouvem a Palavra de Deus, tomam
conhecimento de importantes verdades acerca de si mesmas e de sua vida, mas
nada do que ouvem exerce efeito sobre elas, sua maneira de viver não muda.
A razão é esta: eles não são
afetados por aquilo que ouvem. Há muitos ouvem a respeito do poder, da
santidade e da sabedoria de Deus, de Cristo, das coisas maravilhosas que ele
faz e de seu convite gracioso. Entretanto, permanecem exatamente como estão, na
vida e na prática.
Sou ousado em dizer isso, mas acredito que
ninguém jamais mudou por causa da doutrina, de ouvir a Palavra de Deus ou pelo
ensino ou pregação de outra pessoa, a não ser quando esses meios atingiram os sentimentos. Ninguém busca a salvação, clama por sabedoria, luta com Deus, põe-se de joelhos em oração ou foge do pecado se tem o coração insensível. Em resumo, não haverá nenhuma grande conquista pelos instrumentos da evangelho se o coração não estiver profundamente afetado por eles.
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Conheça as cinco pontos de Fé Reformada da PIB Rio de Deus.
Os cinco pontos das Igrejas Batistas Reformadas
Um breve esboço de nossas convicções distintivas
I. REFORMADA
A. Sola Scriptura - A Bíblia é a autoridade completa, fechada e clara em todas as matérias de fé.
B. Solus Christus - Nossa confiança para a salvação está somente em Jesus Cristo.
C. S...ola Gratia – a Graça assegurou a redenção sem referência a obras.
D. Sola Fide - Somos declarados justos por Deus somente pela fé [1].
E. Soli Deo Gloria – A finalidade da criação e redenção é a glória de Deus.
II. CALVINISTA
A. Depravação total - A queda de Adão afetou a totalidade da pessoa do homem [2].
B. Eleição incondicional – A Eleição não é baseada na presciência da fé ou em obras [3].
C. Expiação limitada – A redenção foi obtida por Cristo para os eleitos [4].
D. Graça irresistível – A regeneração pelo Espírito santo é eficaz para os eleitos.
E. Perseverança dos Santos - Deus vai, pela graça, completar o que Ele começou na regeneração.
III. PURITANA
A. Piedade na Adoração - Princípio Regulador do Culto [5], o Dia do Senhor como um Sabbath Cristão.
B. Piedade na Pregação - Primazia da pregação. Ênfase na exposição e na aplicação.
C. Piedade na Instrução - Confessional e universal. Propagar aquilo que nós cremos que a Bíblia ensina [6].
D. Piedade na Família - Pais devem instruir (catequizar) e disciplinar os seus filhos no Senhor.
E. Piedade no Comportamento - Manter uma boa consciência diante de Deus e dos homens.
IV. PACTUAL
A. Unidade da Bíblia - Muitas partes, mas uma só mensagem.
B. Interpretação Cristocêntrica - a pessoa de Jesus, Sua obra e Seu reino, é o tema da Bíblia.
C. Distinção entre Lei / Evangelho – A Lei [7] ordena e condena. O Evangelho salva [8].
D. Um meio de salvação - Cristo salvou todos os eleitos ao longo de todas as eras.
E. Visão otimista da história - Jesus Cristo é agora Rei, reinando sobre todos. Ele virá em breve.
V. BATISTA
A. Prática Eclesiástica Bíblica – Ordenanças só para crentes [9]. Disciplina da igreja exercida com amor.
B. Liberdade Eclesiástica Bíblica - O estado não deve intrometer-se em assuntos da consciência.
C. Governo de Igreja Bíblico - Presbíteros e diáconos. A congregação local escolhe seus líderes [10].
D. Crescimento de Igreja Bíblico - Proclamação do Evangelho para o mundo. Arrependimento e Fé exigidos de todos.
E. Ministério Eclesiástico Bíblico - Sacerdócio de todos os crentes [11].
Quer saber mais? Em breve (Maio)... Escola Bíblica Reformada
O que é Teologia Reformada?
Pergunta: "O que é Teologia Reformada?"
Resposta: De uma forma geral, Teologia Reformada inclui qualquer sistema de crença que traça suas raízes à Reforma Protestante do século 16. Claro que os Reformadores basearam sua doutrina nas Escrituras, como indicado no credo de “sola scriptura”, então teologia Reformada não é um “novo” sistema de crença mas um que procura dar continuação à doutrina apostólica.
Geralmente, teologia Reformada defende a autoridade das Escrituras, a soberania de Deus, salvação pela graça através de Cristo e a necessidade de evangelismo. Às vezes é chamada de Teologia do Pacto por causa da ênfase dada à aliança que Deus fez com Adão e a nova aliança que veio através de Jesus Cristo (Lucas 22:20).
Autoridade das Escrituras. Teologia Reformada ensina que a Bíblia é a inspirada e confiável Palavra de Deus, suficiente para todos os assuntos de fé e prática.
Soberania de Deus. Teologia Reformada ensina que Deus reina com controle absoluto sobre toda a criação. Ele predeterminou todos os eventos e, portanto, nunca se frustra com as circunstâncias. Isso não limita a vontade da criatura, nem faz de Deus o autor do pecado.
Salvação pela graça. Teologia reformada ensina que Deus em Sua graça e misericórdia escolheu redimir um povo para Si mesmo, livrando-os do pecado e morte. A doutrina de salvação reformada é também conhecida como os cinco pontos do Calvinisno (ou pelo acróstico TULIP, referente às iniciais dos pontos em inglês):
T- Depravação Total do Homem (Total depravity).O homem é completamente fraco em seu estado de pecado, está sob a ira de Deus e de forma alguma pode agradar a Deus. Depravidade total também significa que o homem não vai naturalmente procurar conhecer a Deus, até que Deus graciosamente o encoraje a assim agir. (Gênesis 6:5; Jeremias 17:9; Romanos 3:10-18).
U – Eleição incondicional (Unconditional election). Deus, da eternidade passada, escolheu salvar uma grande multidão de pecadores, a qual nenhum homem pode numerar (Romanos 8:29-30; 9:11; Efésios 1:4-6:11-12).
L- Expiação limitada (Limited Atonement). Também chamada de “redenção particular”. Cristo tomou sobre Si o julgamento do pecado dos eleitos e, portanto, pagou por suas vidas com a Sua morte. Em outras palavras, Ele não só tornou salvação “possível”, Ele na verdade a obteve por aqueles que Ele tinha escolhido (Mateus 1:21; João 10:11; 17:9; Atos 20:28; Romanos 8:32; Efésios 5:25).
I - Graça irresistível (Irresistible Grace). Em seu estado depois da Queda ao pecado, o homem resiste ao amor de Deus, mas a graça de Deus trabalhando em seu coração faz com que tal homem deseje o que ele tinha previamente resistido. Quer dizer, a graça de Deus não vai falhar em realizar o seu trabalho de salvação na vida dos eleitos (João 6:37,44; 10:16).
P – Perseverança dos santos (Perseverance of the saints). Deus protege Seus santos de se desviar totalmente; por isso salvação é eterna (João 10:27-29; Romanos 8:29-30; Efésios 1:3-14).
A necessidade de evangelismo. Teologia reformada ensina que Cristãos estão nesse mundo para fazer a diferença, espiritualmente através de evangelismo e socialmente através de uma vida santa e de humanitarismo.
Outras características da teologia Reformada geralmente incluem a observância de dois sacramentos (batismo e comunhão), uma opinião de que certos dons espirituais cessaram (esses dons não foram mais passados à igreja), e uma opinião não dispensacionalista das Escrituras. As igrejas reformadas dão grande valor ao ensino de João Calvino, John Knox, Ulrico Zuínglio e Martinho Lutero. A Confissão de Fé de Westminster incorpora a teologia da tradição Reformada. Igrejas modernas na tradição reformada incluem a Prebisteriana, Congregacionalista e algumas Batistas.
____________________________________________________________Resposta: De uma forma geral, Teologia Reformada inclui qualquer sistema de crença que traça suas raízes à Reforma Protestante do século 16. Claro que os Reformadores basearam sua doutrina nas Escrituras, como indicado no credo de “sola scriptura”, então teologia Reformada não é um “novo” sistema de crença mas um que procura dar continuação à doutrina apostólica.
Geralmente, teologia Reformada defende a autoridade das Escrituras, a soberania de Deus, salvação pela graça através de Cristo e a necessidade de evangelismo. Às vezes é chamada de Teologia do Pacto por causa da ênfase dada à aliança que Deus fez com Adão e a nova aliança que veio através de Jesus Cristo (Lucas 22:20).
Autoridade das Escrituras. Teologia Reformada ensina que a Bíblia é a inspirada e confiável Palavra de Deus, suficiente para todos os assuntos de fé e prática.
Soberania de Deus. Teologia Reformada ensina que Deus reina com controle absoluto sobre toda a criação. Ele predeterminou todos os eventos e, portanto, nunca se frustra com as circunstâncias. Isso não limita a vontade da criatura, nem faz de Deus o autor do pecado.
Salvação pela graça. Teologia reformada ensina que Deus em Sua graça e misericórdia escolheu redimir um povo para Si mesmo, livrando-os do pecado e morte. A doutrina de salvação reformada é também conhecida como os cinco pontos do Calvinisno (ou pelo acróstico TULIP, referente às iniciais dos pontos em inglês):
T- Depravação Total do Homem (Total depravity).O homem é completamente fraco em seu estado de pecado, está sob a ira de Deus e de forma alguma pode agradar a Deus. Depravidade total também significa que o homem não vai naturalmente procurar conhecer a Deus, até que Deus graciosamente o encoraje a assim agir. (Gênesis 6:5; Jeremias 17:9; Romanos 3:10-18).
U – Eleição incondicional (Unconditional election). Deus, da eternidade passada, escolheu salvar uma grande multidão de pecadores, a qual nenhum homem pode numerar (Romanos 8:29-30; 9:11; Efésios 1:4-6:11-12).
L- Expiação limitada (Limited Atonement). Também chamada de “redenção particular”. Cristo tomou sobre Si o julgamento do pecado dos eleitos e, portanto, pagou por suas vidas com a Sua morte. Em outras palavras, Ele não só tornou salvação “possível”, Ele na verdade a obteve por aqueles que Ele tinha escolhido (Mateus 1:21; João 10:11; 17:9; Atos 20:28; Romanos 8:32; Efésios 5:25).
I - Graça irresistível (Irresistible Grace). Em seu estado depois da Queda ao pecado, o homem resiste ao amor de Deus, mas a graça de Deus trabalhando em seu coração faz com que tal homem deseje o que ele tinha previamente resistido. Quer dizer, a graça de Deus não vai falhar em realizar o seu trabalho de salvação na vida dos eleitos (João 6:37,44; 10:16).
P – Perseverança dos santos (Perseverance of the saints). Deus protege Seus santos de se desviar totalmente; por isso salvação é eterna (João 10:27-29; Romanos 8:29-30; Efésios 1:3-14).
A necessidade de evangelismo. Teologia reformada ensina que Cristãos estão nesse mundo para fazer a diferença, espiritualmente através de evangelismo e socialmente através de uma vida santa e de humanitarismo.
Outras características da teologia Reformada geralmente incluem a observância de dois sacramentos (batismo e comunhão), uma opinião de que certos dons espirituais cessaram (esses dons não foram mais passados à igreja), e uma opinião não dispensacionalista das Escrituras. As igrejas reformadas dão grande valor ao ensino de João Calvino, John Knox, Ulrico Zuínglio e Martinho Lutero. A Confissão de Fé de Westminster incorpora a teologia da tradição Reformada. Igrejas modernas na tradição reformada incluem a Prebisteriana, Congregacionalista e algumas Batistas.
Conheça a Doutrina das Igrejas Batistas Reformada
Os Batistas Reformados são batistas e calvinistas, e normalmente aderem à
Confissão de Fé Batista de 1644 ou 1689. Eles podem traçar a sua história
através do início da era moderna dos batistas particulares da Inglaterra. Os
nomes Batista Particular, Batista Calvinista e Batista Reformado são
essencialmente a mesma coisa.
As Igrejas Batistas Reformadas muitas vezes aderem à primeira ou a segunda
Confissão de Fé Batista de Londres (alterada em 1646 e novamente em 1651 e
1689), respectivamente. Essas duas Confissões não são consideradas exaustivas
ou de autoridade infálivel; os batistas reformados tendem a dar menos
importância as Confissões do que os outros calvinistas históricos. Os Batistas
Reformados tradicionalmente direcionam toda a sua doutrina diretamente da
Bíblia, que vêem como a única autoridade de fé e prática; por isso são muito
cautelosos acerca da adoção de "normas" e "escritos
iluminados" por causa da cultura de "apenas as Escrituras" que é
comum em todas as vertentes batistas. Entrementes, as Confissões são estabelecidas
como um consenso comum e uma declaração pública do que as igrejas batistas
reformadas crêem e ensinam.
Aderem a soteriologia definida por João Calvino, baseada nas chamadas
Doutrinas da Graça, historicamente sistematizadas pelos cinco pontos do
calvinismo (conhecida pela sigla TULIP) desenvolvidos nos Cânones de Dort. A
soteriologia calvinista constituí o eixo da Fé Reformada e por isso os Batistas
que adotam a chamada TULIP são caracterizados como Reformados. Porém os
Batistas Reformados discordam em alguns pontos da teologia calvinista como o
Batismo Infantil (pois a Teologia do Pacto, a luz de Calvino e da maioria dos
Reformados, pressupõe que os filhos de cristãos com certeza são predestinados,
por isso devem ser batizados na infância; os Batistas Reformados não levam isso
em consideração), Batismo por Aspersão (o batismo por submersão é um ponto
inegociável da tradição batista), simbiose entre Igreja e Estado (Calvino
considerava o Estado como algo espiritual e controlado por Deus, enquanto os
batistas tem como tradição a indiferença em relação ao Estado), liturgia (os
Batistas tem uma visão "puritana" de culto, se atendo apenas o que as
Escrituras dizem sobre culto; enquanto a maioria dos reformados como os
Anglicanos e Presbiterianos do Brasil se atam a certos padrões litúrgicos
históricos) dentre outros pontos. Por este motivo, alguns ramos das igrejas reformadas
que são mais fiéis a doutrina desenvolvida por Calvino, questionam se os
chamados Batistas Reformados são de fato Reformados. No entanto, os Batistas
Reformados afirmam ser claramente e genuinamente reformados, declarando que são
adeptos do Pacto da Graça como feito somente com os eleitos.
O batismo é visto como um sinal da administração de Nova Aliança — feitas
com aqueles que foram regenerados por ter a lei escrita em seus corações, seus
pecados perdoados e que a salvação vem ao conhecer o Senhor (Jeremias 31:31-4).
Batistas Reformados acreditam que somente aqueles que podem professar esta
credibilidade devem ser batizados. Candidatos ao batismo são consideradas
credíveis após a congregação e os anciãos examinarem cuidadosamente seus
testemunhos e estilos de vida. Esse aspecto distinto desta igreja Reformada é
uma tradição batista inegociável que sustenta o diferencial e razão histórica
dos Batistas se manterem como uma vertente distinta do Protestantismo.
·
Pontos em comum
As igrejas batistas reformadas se identificam entre sim por determinados pontos em comum:
ü A centralidade das Escrituras Sagradas: a
chamada "Bíblia Sagrada", composta por 66 textos divididos em duas
alianças (isto é, Antigo e Novo Testamento), é considerada pelos batistas como
"única regra de fé e prática", portanto — na teoria — absolutamente
nenhuma doutrina, liturgia ou prática pode ser estabelecida numa igreja batista
reformada se não houver antecedente bíblico sólido. Este é um princípio batista
universal adotado por todas as vertentes batistas; contudo, o batista reformado
considera que deve haver, junto ao respeito pela Escritura, uma interpretação
bíblica ortodoxa dentro da Teologia Reformada.
ü Credalismo: os [Credos antigos|credo]s
(apostólico, niceno-constantinopolitano, calcedônio, atanasiano...), confissões
de fé como a batista de 1689, bem como catecismos tais quais o ortodoxo de 1680
e o de Londres de 1689, são considerados resumos dos ensinamentos da igreja,
instrumentos para instrução teológica e compêndios de interpretação ortodoxa.
Nenhuma é colocada na mesma posição de regra das Escrituras Sagradas, tendo que
serem subordinados a doutrinas expostas na Bíblia, não podendo ser geradores
independentes de doutrinas ou liturgia. Este é um princípio restrito à vertente
reformada.
ü Princípio regulador do culto: a crença de
que "O modo aceitável de adorar o Deus verdadeiro é instituído por ele
mesmo e tão limitado pela sua própria vontade revelada, que não pode ser
adorado segundo as imaginações e invenções dos homens, ou o sugestões de
Satanás, sob qualquer representação visível, ou qualquer outra forma, não
prescrita nas Sagradas Escrituras" (a partir do capítulo 22, nº 1 da
confissão de fé batista de 1689). Cada elemento da liturgia semanal regular deve
ser expressamente ordenado da Escritura. Tudo o que é expressamente ordenado
deve ser incluído, o que não é expressamente ordenado deve ser excluído. As
circunstâncias do culto podem variar duma igreja para outra (isto é, adoradores
se sentar em cadeiras ou de pé, o tempo que o culto é realizado, etc.) Este é
um princípio batista universal adotado por todas as igrejas batistas, havendo
divergências como estilos musicais.
ü Soteriologia Calvinista: ensina-se a
depravação total, eleição incondicional, expiação limitada, vocação eficaz (ou
graça irresistível) e a perseverança dos santos; isto é, os cinco pontos do
calvinismo. Trata-se de um princípio restrito à vertente reformada..
ü Congregacional e Associativa: não há
nenhuma autoridade eclesiástica acima da equipe de anciãos da igreja local
(incluindo o pastor presidente) além do próprio Jesus Cristo. As igrejas
batistas entendem que a igreja local deve ser autônoma, e portanto são contra
as estruturas episcopal (de bispos, como adotado pela igreja metodista) ou presbiteriana
(presbitérios e sínodos, como adotado pela igreja presbiteriana do Brasil). No
entanto, tradicionalmente as igrejas batistas (e reformadas) se reúnem em
convenções associativas para comungarem com outras igrejas de doutrina em comum
e promover um suporte comum como seminários, gráficas, faculdades teológicas
etc. Temos, como exemplo, a Comunhão batista reformada do Brasil. Este é um
princípio batista muito disseminado, porém hoje não é universal, havendo várias
divergências. Há igrejas batistas que levam com mais rigidez este aspecto e se
recusam a se associar a quaisquer convenção. E há também igrejas que se chamam
batistas e se formam como verdadeiras denominações, tendo várias ‘filiais’ e
uma administração unificada, como a Igreja Batista Nova Filadélfia; outros
batistas rejeitam que igrejas assim se continuem a chamar de batistas.
ü Eclesiástica: nas igrejas batistas a
igreja local tem como líderes dois tipos de obreiros: pastor (ancião,
presbítero, reverendo) e diácono. Cada igreja local tem um determinado número
de pastores, variando de igreja a igreja. Este grupo de pastores é responsável
pela liderança espiritual (oração, pregação, aconselhamento...) enquanto o
diaconato é responsável pela tesouraria da igreja, serviço da ceia, recepção de
visitantes e outras questões administrativas. Há certas variações; por exemplo,
há igrejas onde há apenas diáconos que acumulam a administração e o serviço
pastoral, tendo pastores como funcionários da igreja.
ü Domingo como dia sagrado cristão: alguns
batistas reformados consideram o domingo, geralmente chamado de "dia do
Senhor", o único santo dia da fé cristã. Crêem que os domingos são para
participar do culto púplico (chamado de "reunião sabática" ou
"reunião" pelos tradicionais) e a prática de boas obras, sendo para
descansar de todos os trabalhos "terrenos" e negócios. Há
divergências acerca da proibição estrita de trabalhos "terrenos".
História - Origens
A primeira igreja batista nasceu com um grupo de refugiados ingleses na
Holanda em busca de liberdade religiosa em 1608. Liderados por John Smyth,
clérigo, e Thomas Helwys, advogado, organizaram em Amsterdã, em 1609, uma
igreja congregacional. John Smyth, puritano, discordava da política e de alguns
pontos da doutrina da igreja anglicana, da qual era pastor, após uma
aproximação com os menonitas e, examinando a Bíblia, creu na necessidade de
batizar-se conscientemente, em seguida batizando os demais fundadores da
igreja, constituindo-se assim a primeira igreja batista organizada. Até então os batistas não batizavam por imersão, e sim por aspersão; o
único diferencial em seu batismo era a necessidade ser batizado em idade
consciente.
Batistas particulares
Os batistas particulares eram assim chamados por acreditarem na expiação
limitada, ou particular. A visão particular da expiação é que Cristo, na Sua
morte, se comprometeu em salvar indivíduos particulares, os eleitos. Esta é a
posição calvinista. Alguns dos primeiros líderes batistas particulares foram
Benjamin Keach, Hanserd Knollys, William Kiffin, e Isaac Backus. Os batistas da
Inglaterra descendem dos batistas particulares. Os batistas particulares eram
muito rígidos e exclusivistas; uma notável exceção foi o autor de O Peregrino,
John Bunyan.
Ao longo do século 18, os batistas gerais aderiram ao liberalismo teológico
e praticamente desapareceram de cena na Inglaterra. Nesse período, os batistas
particulares tiveram uma posição teológica super-conservadora, que alguns
classificavam como hiper-calvinismo e antimonianismo. Em 1785, Andrew Fuller
(1754-1815) publicou o livro "O Evangelho Digno de toda a aceitação",
que ajudou muitos batistas particulares a tomarem uma posição mais aberta e
sociável com e ao estilo do evangelicalismo; esse fenômeno foi apelidado de
"Fullerismo" e levaria a uma divisão entre os batistas particulares,
entre aqueles que adotaram a abertura e aqueles que se mantiveram
conservadores. Essa vertente batista mais aberta tem como expoentes históricos
o próprio Andrew Fuller e Willian Carey (1761-834), missionário batista na
Índia. O principal porta-voz do calvinismo no meio batista foi John Gill
(1696-1771), talvez mais conhecido pela sua pregação expositiva da Bíblia,
sendo o primeiro pregador a comentar sobre cada versículo da Bíblia. Com o tempo
a teologia super-conservadora perdeu sua força, a ponto de os batistas gerais
se fundirem aos batistas particulares na União Batista da Grã-Bretanha (1813).
Batistas calvinistas
O termo "reformado" geralmente é visto, por aqueles que confessam
serem reformados, como uma descrição restrita de alguém ou alguma igreja que:
Confessionalidade: adota uma das
confissões de fé reformadas, como a Confissão de Fé de Westminster e a Confissão
de Fé Batista de Londres (no caso dos próprios batistas). No caso dos batistas
reformados, adotam-se outras confissões como a "Primeira Confissão Batista
de Londres (1644/46), A Confissão de Fé Batista de New Hampshire (1833) e a Fé
e Mensagem Batista (1925). Isso caracteriza as igrejas batistas que adotam tais
confissões, como igrejas reformadas a partir do momento que acompanham o outro
aspecto abaixo.
Cinco pontos da Reforma: adere aos
cinco Solas, desenvolvidos por Martinho Lutero: Sola fide, Sola scriptura,
Solus Christus, Sola gratia e Soli Deo Gloria. Dependendo de como se
interpretam esses pontos, pode se considerar que estes "cinco Solas"
são adotados por todas as igrejas batistas que, apesar de não adotarem
soteriologia calvinista, atribuem‐se uma tradição reformada.
TULIP: cinco pontos do calvinismo: adere aos cinco
pontos do calvinismo, desenvolvidos por Calvino e sistematizados pelo Sínodo de
Dordrecht. Esse é um aspecto fundamental que diferencia os batistas calvinistas
(ou reformados) dos demais Batistas.
As igrejas hoje chamadas de "batistas reformadas" ou
"calvinistas" são as que tem os aspectos acima: confessionalidade
escrita, cinco pontos da Reforma e os cinco pontos do calvinismo. Porém, as
igrejas batistas não consideradas reformadas, aceitam dourinas calvinistas,
como a doutrina da eleição.
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O Propósito principal da vida não é a felicidade, mas o
conhecimento de Deus!
Por:
J.P Moreland
Primeiramente,
o propósito principal da vida não é a felicidade, mas o conhecimento de Deus. A
razão pela qual o problema do mal parece tão intratável é que as pessoas tendem
naturalmente a presumir que, se Deus existe, então seu propósito para a vida
humana é a felicidade neste mundo. O papel de Deus é fornecer um ambiente
confortável para seus bichinhos de estimação humanos.
Contudo,
isso é falso na visão cristã. Não somos bichinhos de estimação de Deus, e o
objetivo da vida humana não é a felicidade per si, mas o conhecimento de Deus -,
que, no final, trará a verdadeira e duradoura satisfação humana.·.
Muitos
males ocorrem na vida que podem parecer totalmente sem sentido com respeito ao
objetivo de produzir a felicidade humana; mas eles têm sentido ao produzir um
conhecimento mais profundo de Deus.
O sofrimento de humanos inocentes nos dá ocasião para a confiança mais profunda e dependência de Deus, tanto por parte do sofredor quanto dos que estão a seu redor. Naturalmente, se o propósito de Deus é alcançado por meio de nossos sofrimentos dependerá de nossa resposta.
O sofrimento de humanos inocentes nos dá ocasião para a confiança mais profunda e dependência de Deus, tanto por parte do sofredor quanto dos que estão a seu redor. Naturalmente, se o propósito de Deus é alcançado por meio de nossos sofrimentos dependerá de nossa resposta.
Responderemos com ira e amargura para com Deus ou nos voltaremos para ele com
fé em busca de força para suportar?
By Bereianos
Extraído do blog: perolasdoevangelho@blogspot.com.br
As 95 Teses de Martinho Lutero
por
Martinho Lutero
Em 31 de Outubro de 1517, Martinho Lutero afixou na
porta da capela de Wittemberg 95 teses que gostaria de discutir com os teólogos
católicos, as quais versavam principalmente sobre penitência, indulgências e a
salvação pela fé. O evento marca o início da Reforma Protestante, de onde
posteriormente veio a Igreja Presbiteriana, e representa um marco e um ponto de
partida para a recuperação das sãs doutrinas.
Movido pelo amor e pelo empenho em prol do
esclarecimento da verdade discutir-se-á em Wittemberg, sob a presidência do
Rev. padre Martinho Lutero, o que segue. Aqueles que não puderem estar
presentes para tratarem o assunto verbalmente conosco, o poderão fazer por
escrito.
Em nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.
1ª Tese
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Dizendo nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo:
Arrependei-vos...., certamente quer que toda a vida dos seus crentes na terra
seja contínuo arrependimento.
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2ª Tese
|
E esta expressão não pode e não deve ser
interpretada como referindo-se ao sacramento da penitência, isto é, à
confissão e satisfação, a cargo do ofício dos sacerdotes.
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3ª Tese
|
Todavia não quer que apenas se entenda o
arrependimento interno; o arrependimento interno nem mesmo é arrependimento
quando não produz toda sorte de modificações da carne.
|
4ª Tese
|
Assim sendo, o arrependimento e o pesar, isto é,
a verdadeira penitência, perdura enquanto o homem se desagradar de si mesmo,
a saber, até a entrada desta para a vida eterna.
|
5ª Tese
|
O papa não quer e não pode dispensar outras
penas, além das que impôs ao seu alvitre ou em acordo com os cânones, que são
estatutos papais.
|
6ª Tese
|
O papa não pode perdoar divida senão declarar e
confirmar aquilo que Já foi perdoado por Deus; ou então faz nos casos que lhe
foram reservados. Nestes casos, se desprezados, a dívida deixaria de ser em
absoluto anulada ou perdoada.
|
7ª Tese
|
Deus a ninguém perdoa a dívida sem que ao mesmo
tempo o subordine, em sincera humildade, ao sacerdote, seu vigário.
|
8ª Tese
|
Canones poenitendiales, que
não as ordenanças de prescrição da maneira em que se deve confessar e expiar,
apenas aio Impostas aos vivos, e, de acordo com as mesmas ordenanças, não
dizem respeito aos moribundos.
|
9ª Tese
|
Eis porque o Espírito Santo nos faz bem mediante
o papa, excluído este de todos os seus decretos ou direitos o artigo da morte
e da necessidade suprema
|
10ª Tese
|
Procedem desajuizadamente e mal os sacerdotes que
reservam e impõem aos moribundos poenitentias canonicas ou penitências
para o purgatório a fim de ali serem cumpridas.
|
11ª Tese
|
Este joio, que é o de se transformar a penitência
e satisfação, Previstas pelos cânones ou estatutos, em penitência ou penas do
purgatório, foi semeado quando os bispos se achavam dormindo.
|
12ª Tese
|
Outrora canonicae poenae, ou sejam
penitência e satisfação por pecadores cometidos eram impostos, não depois,
mas antes da absolvição, com a finalidade de provar a sinceridade do
arrependimento e do pesar.
|
13ª Tese
|
Os moribundos tudo satisfazem com a sua morte e
estão mortos para o direito canônico, sendo, portanto, dispensados, com
justiça, de sua imposição.
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14ª Tese
|
Piedade ou amor Imperfeitos da parte daquele que
se acha às portas da morte necessariamente resultam em grande temor; logo,
quanto menor o amor, tanto maior o temor.
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15ª Tese
|
Este temor e espanto em si tão só, sem falar de
outras cousas, bastam para causar o tormento e o horror do purgatório, pois
que se avizinham da angústia do desespero.
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16ª Tese
|
Inferno, purgatório e céu parecem ser tão
diferentes quanto o são um do outro o desespero completo, incompleto ou quase
desespero e certeza.
|
17ª Tese
|
Parece que assim como no purgatório diminuem a
angústia e o espanto das almas, nelas também deve crescer e aumentar o amor.
|
18ª Tese
|
Bem assim parece não ter sido provado, nem por
boas ações e nem pela Escritura, que as almas no purgatório se encontram fora
da possibilidade do mérito ou do crescimento no amor.
|
19ª Tese
|
Ainda parece não ter sido provado que todas as
almas do purgatório tenham certeza de sua salvação e não receiem por ela, não
obstante nós termos absoluta certeza disto.
|
20ª Tese
|
Por isso o papa não quer dizer e nem compreende
com as palavras “perdão plenário de todas as penas” que todo o tormento é
perdoado, mas as penas por ele impostas.
|
21ª Tese
|
Eis porque erram os apregoadores de indulgências
ao afirmarem ser o homem perdoado de todas as penas e salvo mediante a
indulgência do papa.
|
22ª Tese
|
Pensa com efeito, o papa nenhuma pena dispensa às
almas no purgatório das que segundo os cânones da Igreja deviam ter expiado e
pago na presente vida.
|
23ª Tese
|
Verdade é que se houver qualquer perdão plenário
das penas, este apenas será dado aos mais perfeitos, que são muito poucos.
|
24ª Tese
|
Assim sendo, a maioria do povo é ludibriada com
as pomposas promessas do indistinto perdão, impressionando-se o homem singelo
com as penas pagas.
|
25ª Tese
|
Exatamente o mesmo poder geral, que o papa tem
sobre o purgatório, qualquer bispo e cura d'almas o tem no seu bispado e na
sua paróquia, quer de modo especial e quer para com os seus em particular.
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26ª Tese
|
O papa faz muito bem em não conceder às almas o
perdão em virtude do poder das chaves (ao qual não possui), mas pela ajuda ou
em forma de intercessão.
|
27ª Tese
|
Pregam futilidades humanas quantos alegam que no
momento em que a moeda soa ao cair na caixa a alma se vai do purgatório.
|
28ª Tese
|
Certo é que no momento em que a moeda soa na
caixa vêm o lucro e o amor ao dinheiro cresce e aumenta; a ajuda, porém, ou a
intercessão da Igreja tão só correspondem à vontade e ao agrado de Deus.
|
29ª Tese
|
E quem sabe, se todas as almas do purgatório
querem ser libertadas, quando há quem diga o que sucedeu com Santo Severino e
Pascoal.
|
30ª Tese
|
Ninguém tem certeza da suficiência do seu
arrependimento e pesar verdadeiros; muito menos certeza pode ter de haver
alcançado pleno perdão dos seus pecados.
|
31ª Tese
|
Tão raro como existe alguém que possui
arrependimento e, pesar verdadeiros, tão raro também é aquele que verdadeiramente
alcança indulgência, sendo bem poucos os que se encontram.
|
32ª Tese
|
Irão para o diabo juntamente com os seus mestres
aqueles que julgam obter certeza de sua salvação mediante breves de
indulgência.
|
33ª Tese
|
Há que acautelasse muito e ter cuidado daqueles
que dizem: A indulgência do papa é a mais sublime e mais preciosa graça ou
dadiva de Deus, pela qual o homem é reconciliado com Deus.
|
34ª Tese
|
Tanto assim que a graça da indulgência apenas se
refere à pena satisfatória estipulada por homens.
|
35ª Tese
|
Ensinam de maneira ímpia quantos alegam que
aqueles que querem livrar almas do purgatório ou adquirir breves de confissão
não necessitam de arrependimento e pesar.
|
36ª Tese
|
Todo e qualquer cristão que se arrepende
verdadeiramente dos seus pecados, sente pesar por ter pecado, tem pleno
perdão da pena e da dívida, perdão esse que lhe pertence mesmo sem breve de
indulgência.
|
37ª Tese
|
Todo e qualquer cristão verdadeiro, vivo ou
morto, é participante de todos os bens de Cristo e da Igreja, dádiva de Deus,
mesmo sem breve de indulgência.
|
38ª Tese
|
Entretanto se não deve desprezar o perdão e a
distribuição por parte do papa. Pois, conforme declarei, o seu perdão
constitui uma declaração do perdão divino.
|
39ª Tese
|
É extremamente difícil, mesmo para os mais doutos
teólogos, exaltar diante do povo ao mesmo tempo a grande riqueza da
indulgência e ao contrário o verdadeiro arrependimento e pesar.
|
40ª Tese
|
O verdadeiro arrependimento e pesar buscam e amam
o castigo: mas a profusão da indulgência livra das penas e faz com que se as
aborreça, pelo menos quando há oportunidade para isso.
|
41ª Tese
|
É necessário pregar cautelosamente sobre a
indulgência papal para que o homem singelo não julgue erroneamente ser a
indulgência preferível às demais obras de caridade ou melhor do que elas.
|
42ª Tese
|
Deve-se ensinar aos cristãos, não ser pensamento
e opinião do papa que a aquisição de indulgência de alguma maneira possa ser
comparada com qualquer obra de caridade.
|
43ª Tese
|
Deve-se ensinar aos cristãos proceder melhor quem
dá aos pobres ou empresta aos necessitados do que os que compram
indulgências.
|
44ª Tese
|
Ê que pela obra de caridade cresce o amor ao
próximo e o homem torna-se mais piedoso; pelas indulgências, porém, não se
torna melhor senão mais seguro e livre da pena.
|
45ª Tese
|
Deve-se ensinar aos cristãos que aquele que vê
seu próximo padecer necessidade e a despeito disto gasta dinheiro com
indulgências, não adquire indulgências do papa. mas provoca a ira de Deus.
|
46ª Tese
|
Deve-se ensinar aos cristãos que, se não tiverem
fartura , fiquem com o necessário para a casa e de maneira nenhuma o esbanjem
com indulgências.
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47ª Tese
|
Deve-se ensinar aos cristãos, ser a compra de
indulgências livre e não ordenada
|
48ª Tese
|
Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa
precisa conceder mais indulgências, mais necessita de uma oração fervorosa do
que de dinheiro.
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49ª Tese
|
Deve-se ensinar aos cristãos, serem muito boas as
indulgências do papa enquanto o homem não confiar nelas; mas muito
prejudiciais quando, em conseqüência delas, se perde o temor de Deus.
|
50ª Tese
|
Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa
tivesse conhecimento da traficância dos apregoadores de indulgências,
preferiria ver a catedral de São Pedro ser reduzida a cinzas a ser edificada
com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas.
|
51ª Tese
|
Deve-se ensinar aos cristãos que o papa, por
dever seu, preferiria distribuir o seu dinheiro aos que em geral são
despojados do dinheiro pelos apregoadores de indulgências, vendendo, se
necessário fosse, a própria catedral de São Pedro.
|
52º Tese
|
Comete-se injustiça contra a Palavra de Deus quando,
no mesmo sermão, se consagra tanto ou mais tempo à indulgência do que à
pregação da Palavra do Senhor.
|
53ª Tese
|
São inimigos de Cristo e do papa quantos por
causa da prédica de indulgências proíbem a Palavra de Deus nas demais
igrejas.
|
54ª Tese
|
Esperar ser salvo mediante breves de indulgência
é vaidade e mentira, mesmo se o comissário de indulgências, mesmo se o
próprio papa oferecesse sua alma como garantia.
|
55ª Tese
|
A intenção do papa não pode ser outra do que
celebrar a indulgência, que é a causa menor, com um sino, uma pompa e uma
cerimônia, enquanto o Evangelho, que é o essencial, importa ser anunciado
mediante cem sinos, centenas de pompas e solenidades.
|
56ª Tese
|
Os tesouros da Igreja, dos quais o papa tira e
distribui as indulgências, não são bastante mencionados e nem suficientemente
conhecido na Igreja de Cristo.
|
57ª Tese
|
Que não são bens temporais, é evidente, porquanto
muitos pregadores a estes não distribuem com facilidade, antes os ajuntam.
|
58ª Tese
|
Tão pouco são os merecimentos de Cristo e dos
santos, porquanto estes sempre são eficientes e, independentemente do papa,
operam salvação do homem interior e a cruz, a morte e o inferno para o homem
exterior.
|
59ª Tese
|
São Lourenço aos pobres chamava tesouros da
Igreja, mas no sentido em que a palavra era usada na sua época.
|
60ª Tese
|
Afirmamos com boa razão, sem temeridade ou
leviandade, que estes tesouros são as chaves da Igreja, a ela dado pelo
merecimento de Cristo.
|
61ª Tese
|
Evidente é que para o perdão de penas e para a
absolvição em determinados casos o poder do papa por si só basta.
|
62ª Tese
|
O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo
Evangelho da glória e da graça de Deus.
|
63ª Tese
|
Este tesouro, porém, é muito desprezado e odiado,
porquanto faz com que os primeiros sejam os últimos.
|
64ª Tese
|
Enquanto isso o tesouro das indulgências é
sabiamente o mais apreciado, porquanto faz com que os últimos sejam os
primeiros.
|
65ª Tese
|
Por essa razão os tesouros evangélicos outrora
foram as redes com que se apanhavam os ricos e abastados.
|
66ª Tese
|
Os tesouros das indulgências, porém, são as redes
com que hoje se apanham as riquezas dos homens.
|
67ª Tese
|
As indulgências apregoadas pelos seus vendedores
como a mais sublime graça decerto assim são consideradas porque lhes trazem
grandes proventos.
|
68ª Tese
|
Nem por isso semelhante indigência não deixa de
ser a mais Intima graça comparada com a graça de Deus e a piedade da cruz.
|
69ª Tese
|
Os bispos e os sacerdotes são obrigados a receber
os comissários das indulgências apostólicas com toda a reverência-
|
70ª Tese
|
Entretanto têm muito maior dever de conservar
abertos olhos e ouvidos, para que estes comissários, em vez de cumprirem as
ordens recebidas do papa, não preguem os seus próprios sonhos.
|
71ª Tese
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Aquele, porém, que se insurgir contra as palavras
insolentes e arrogantes dos apregoadores de indulgências, seja abençoado.
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72ª Tese
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Quem levanta a sua voz contra a verdade das
indulgências papais é excomungado e maldito.
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73ª Tese
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Da mesma maneira em que o papa usa de justiça ao
fulminar com a excomunhão aos que em prejuízo do comércio de indulgências
procedem astuciosamente.
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74ª Tese
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Muito mais deseja atingir com o desfavor e a
excomunhão àqueles que, sob o pretexto de indulgência, prejudiquem a santa
caridade e a verdade pela sua maneira de agir.
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75ª Tese
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Considerar as indulgências do papa tão poderosas,
a ponto de poderem absolver alguém dos pecados, mesmo que (cousa impossível)
tivesse desonrado a mãe de Deus, significa ser demente.
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78 ª Tese
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Bem ao contrario, afirmamos que a indulgência do
papa nem mesmo o menor pecado venial pode anular o que diz respeito à culpa
que constitui.
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77ª Tese
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Dizer que mesmo São Pedro, se agora fosse papa,
não poderia dispensar maior indulgência, significa blasfemar S. Pedro e o
papa.
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78ª Tese
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Em contrario dizemos que o atual papa, e todos os
que o sucederam, é detentor de muito maior indulgência, isto é, o Evangelho,
as virtudes o dom de curar, etc., de acordo com o que diz 1Coríntios 12.
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79ª Tese
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Afirmar ter a cruz de indulgências adornada com
as armas do papa e colocada na igreja tanto valor como a própria cruz de
Cristo, é blasfêmia.
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80ª Tese
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Os bispos, padres e teólogos que consentem em
semelhante linguagem diante do povo, terão de prestar contas deste
procedimento.
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81ª Tese
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Semelhante pregação, a enaltecer atrevida e
insolentemente a Indulgência, faz com que mesmo a homens doutos é difícil
proteger a devida reverência ao papa contra a maledicência e as fortes
objeções dos leigos.
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82 ª Tese
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Eis um exemplo: Por que o papa não tira duma só
vez todas as almas do purgatório, movido por santíssima' caridade e em face
da mais premente necessidade das almas, que seria justíssimo motivo para
tanto, quando em troca de vil dinheiro para a construção da catedral de S.
Pedro, livra um sem número de almas, logo por motivo bastante Insignificante?
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83ª Tese
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Outrossim: Por que continuam as exéquias e missas
de ano em sufrágio das almas dos defuntos e não se devolve o dinheiro
recebido para o mesmo fim ou não se permite os doadores busquem de novo os
benefícios ou pretendas oferecidos em favor dos mortos, visto' ser Injusto
continuar a rezar pelos já resgatados?
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84ª Tese
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Ainda: Que nova piedade de Deus e dó papa é esta,
que permite a um ímpio e inimigo resgatar uma alma piedosa e agradável a Deus
por amor ao dinheiro e não resgatar esta mesma alma piedosa e querida de sua
grande necessidade por livre amor e sem paga?
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85ª Tese
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Ainda: Por que os cânones de penitencia, que, de
fato, faz muito caducaram e morreram pelo desuso, tornam a ser resgatados
mediante dinheiro em forma de indulgência como se continuassem bem vivos e em
vigor?
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86ª Tese
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Ainda: Por que o papa, cuja fortuna hoje é mais
principesca do que a de qualquer Credo, não prefere edificar a catedral de S.
Pedro de seu próprio bolso em vez de o fazer com o dinheiro de fiéis pobres?
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87ª Tese
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Ainda: Quê ou que parte concede o papa do
dinheiro proveniente de indulgências aos que pela penitência completa assiste
o direito à indulgência plenária?
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88ª Tese
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Afinal: Que maior bem poderia receber a Igreja,
se o papa, como Já O faz, cem vezes ao dia, concedesse a cada fiel semelhante
dispensa e participação da indulgência a título gratuito.
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89ª Tese
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Visto o papa visar mais a salvação das almas do
que o dinheiro, por que revoga os breves de indulgência outrora por ele
concedidos, aos quais atribuía as mesmas virtudes?
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90ª Tese
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Refutar estes argumentos sagazes dos leigos pelo
uso da força e não mediante argumentos da lógica, significa entregar a Igreja
e o papa a zombaria dos inimigos e desgraçar os cristãos.
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91ª Tese
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Se a Indulgência fosse apregoada segundo o
espírito e sentido do papa, aqueles receios seriam facilmente desfeitos, nem
mesmo teriam surgido.
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92ª Tese
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Fora, pois, com todos estes profetas que dizem ao
povo de Cristo: Paz! Paz! e não há Paz.
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93ª Tese
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Abençoados sejam, porém, todos os profetas que
dizem à grei de Cristo: Cruz! Cruz! e não há cruz.
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94ª Tese
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Admoestem-se os cristãos a que se empenhem em
seguir sua Cabeça Cristo através do padecimento, morte e inferno.
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95ª Tese
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E assim esperem mais entrar no Reino dos céus
através de muitas tribulações do que facilitados diante de consolações
infundadas.
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“Ninguém
pode vir a mim” (João 6:44).
O homem natural é incapaz de “vir
a Cristo”. Citemos João 6:44, ” Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou
não o trouxer.” A razão pela qual “duro é esse discurso”, até mesmo para
milhares que professam ser cristãos, é que eles fracassam completamente em
compreender o terrível estrago que a queda provocou; e, o que é pior, eles
mesmos não se dão contam da “chaga” que existe nos seus próprios corações (1
Rs. 8:38). Certamente se o Espírito já os tivesse despertado do sono da morte
espiritual, e lhes dado ver alguma coisa do pavoroso estado em que estão por
natureza, e feito sentir que suas “mentes carnais” são “inimizade contra Deus”
(Rm. 8:7), então eles não mais discordariam dessa solene palavra de Cristo. Mas
aquele que está espiritualmente morto não pode ver nem sentir espiritualmente.
Onde reside a total incapacidade
do homem natural? Ela não está na falta das faculdades necessárias. Isso tem de
ser bastante enfatizado, do contrário o homem caído deixaria de ser uma
criatura responsável. Mesmo que os efeitos da queda tenham sido terríveis, eles
não privaram o homem de nenhuma das faculdades que Deus originalmente lhe
concedeu. É verdade que o pecado tirou do homem a capacidade de utilizar essas
faculdades corretamente, ou seja, empregá-las para a glória do Criador.
Entretanto, o homem caído possui ainda a mesma natureza, corpo, alma e
espírito, que tinha antes da Queda. Nenhuma parte do ser do homem foi
aniquilada, ainda que cada uma tenha sido contaminada e corrompida pelo pecado.
De fato, o homem morreu espiritualmente, mas a morte não é a extinção do ser
(aniquilação) — morte espiritual é a alienação de Deus (Ef. 4:18). Aquele que é
espiritualmente morto está bem vivo e ativo no serviço de Satanás.
A incapacidade do homem caído
(não regenerado) de vir a Cristo não reside em nenhum defeito físico ou mental.
Ele tem o mesmo pé para levá-lo tanto a um local onde o Evangelho é pregado,
como para caminhar até um bar. Ele possui os mesmos olhos que podem lhe servir
para ler tanto as Escrituras Sagradas como os jornais. Ele tem os mesmos lábios
e voz para clamar a Deus os quais usa agora em conversas fiadas e em canções
ridículas. Assim, também, possui as mesmas faculdades mentais para ponderar
sobre as coisas de Deus e sobre a eternidade, as quais ele utiliza tão diligentemente
nos seus negócios. É por causa disso que o homem é “indesculpável”. É o mau uso
das faculdades que o Criador lhe concedeu que aumenta a sua culpa. Que cada
servo de Deus veja que essas coisas pesam constantemente sobre os seus ouvintes
não convertidos.
1) A incapacidade do homem está
na sua natureza corrompida.
Nós temos de ir bem mais a fundo
se quisermos encontrar a fonte da incapacidade do homem. Devido à queda de
Adão, e por causa do nosso próprio pecado, a nossa natureza se tornou tão
corrompida e depravada que é impossível para qualquer homem “vir a Cristo”,
amá-lO e serví-lO, estimá-lO mais que tudo neste mundo e submeter-se a Ele, até
que o Espírito de Deus o regenere e implante nele uma nova natureza. A fonte
amarga não pode jorrar água doce, nem a árvore má produzir bons frutos.
Deixe-me tentar explicar isso melhor através de uma ilustração. É da natureza
de um abutre alimentar-se de carniça; no entanto, ele tem os mesmos órgãos e
membros que lhe permitiriam comer grãos, como fazem as galinhas, mas ele não
possui nem a disposição nem o apetite para tal alimento. É da natureza da porca
o chafurdar na lama; e apesar dela possuir pernas como a ovelha para levá-la à
campina, lhe falta entretanto o desejo por pastos verdejantes. Assim acontece com
o homem não-regenerado. Ele tem as mesmas faculdades físicas e mentais que o
homem regenerado possui para empregar no serviço e nas coisas de Deus, mas não
tem amor por elas.
“Adão… gerou um filho à sua
semelhança, conforme a sua imagem” (Gn. 5:3). Que terrível contraste há aqui
com o que lemos dois versículos antes: “… Deus criou o homem, à semelhança de
Deus o fez”. No intervalo entre esses dois versos, o homem caiu, e um pai caído
pode gerar somente um filho caído, transmitindo-lhe a sua própria depravação.
“Quem da imundícia poderá tirar coisa pura? (Jó 14:4). Por isso nós encontramos
o salmista de Israel declarando, “Eu nasci na iniquidade, e em pecado me
concebeu minha mãe” (Sl. 51:5). No entanto, apesar de por natureza Davi ser um
monte de iniquidade e pecado (como também somos nós), mas tarde a graça fez
dele o homem segundo o coração de Deus. Desde que idade essa corrupção da
natureza aparece nas crianças? “Até a criança se dá a conhecer pelas suas
obras” (Pv. 20:11). A corrupção do seu coração logo se manifesta: orgulho,
vontade própria, vaidade, mentira, aversão ao que é bom, são frutos amargos que
cedo brotam no novo, mas corrupto, ramo.
2) A incapacidade do homem está
na completa escuridão em que se encontra o seu intelecto.
Essa importante faculdade da alma
foi destituída da sua glória original, e coberta de confusão. Tanto a mente
como a consciência estão corrompidas: “Não há quem entenda”(Rm. 3:11). O
apóstolo solenemente lembra os santos, “Pois outrora éreis trevas” (Ef. 5:8),
não somente estavam “em trevas”, mas eram as própria “trevas”. O pecado fechou
as janelas da alma e a escuridão se estende por todo o lugar: ela é a região
das trevas e da sombra da morte, onde a luz é como a escuridão. Lá reina o
príncipe das trevas, onde não se pratica nada além das obras das trevas. Nós
nascemos espiritualmente cegos, e não podemos ter essa visão restaurada sem um
milagre da graça. Esse é o seu caso quem quer que você seja, se ainda não
nasceu de novo” (Thomas Boston, 1680). “São filhos sábios para o mal, e não
sabem fazer o bem” (Jr. 4:22).
“O pendor da carne é inimizade
contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar”(Rm.
8:7). Existe no homem não regenerado uma oposição e aversão pelas coisas
espirituais. Deus revelou a Sua vontade aos pecadores no tocante ao caminho da
salvação, contudo eles não trilharão esse caminho. Eles sabem que somente
Cristo é capaz de salvá-los, no entanto eles recusam se separar das coisas que
obstruem o seu caminho até a Ele. Eles ouvem que é o pecado que mata a alma, no
entanto o afagam em seu peito. Eles não dão ouvidos às ameaças de Deus. Os
homens acreditam que o fogo há de consumir-lhes, e estão em grande tormento
para evitá-lo; contudo, mostram com suas ações que consideram as chamas eternas
como se fossem um mero espantalho. O mandamento divino é “santo, justo e bom”,
mas o homem o odeia, e só o observa enquanto a sua respeitabilidade é promovida
entre os homens.
3) A incapacidade do homem está
na corrupção dos seus sentimentos.
“O homem, no estado em que se
encontra, antes de receber a graça de Deus, ama tudo e qualquer coisa que não
seja espiritual. Se você quiser uma prova disso, olhe ao seu redor. Não há
necessidade de nenhum monumento à depravação dos sentimentos humanos. Olhe por
toda parte. Não há uma rua, uma casa, e não somente isso, nenhum coração, que
não possua uma triste evidência dessa terrível verdade. Por que no Dia do
Senhor o homem não é encontrado congregando-se na casa de Deus? Por que não nos
achamos mais freqüentemente lendo nossas Bíblias? O que acontece para a oração
ser um dever quase que totalmente negligenciado? Por que Jesus Cristo é tão
pouco amado? Por que até mesmo os seus seguidores professos são tão frios em
seus sentimentos para com Ele? De onde procedem essas coisas? Seguramente,
caros irmãos, nós não podemos creditá-las a outra fonte que não a corrupção e a
perversão dos sentimentos. Nós amamos o que deveríamos odiar, e odiamos o que
deveríamos amar. Não é outra coisa senão a natureza humana caída que nos faz
amar esta vida mais do que a vida por vir. É um efeito da Queda o fato do homem
amar o pecado mais que a justiça, e os caminhos do mundo mais que os caminhos
de Deus”. (Sermão de C.H. Spurgeon em Jo. 6:44).
Os sentimentos do homem não regenerado
são totalmente depravados e desordenados. “Enganoso é o coração, mais do que
todas as coisas, e desesperadamente corrupto” (Jr. 17:9). O Senhor Jesus
afirmou solenemente que os sentimentos do homem caído (não regenerado) são a
fonte de toda abominação: “Porque de dentro do coração do homem, é que procedem
os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a
avareza, a malícia, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a
loucura” (Mc. 7:21,22). Os sentimentos do homem natural estão miseravelmente
deformados, ele é um monstro espiritual. O seu coração se encontra onde
deveriam estar os seus pés, seguro ao chão; seus calcanhares estão levantados
contra os Céus, para onde deveria estar posto o seu coração (At. 9:5). Sua face
está voltada para o inferno; por isso Deus o chama para converter-se. Ele se
alegra com o que deveria entristecê-lo, e se entristece com o que deveria
alegrá-lo; se gloria com a vergonha, e se envergonha da sua glória; abomina o
que deveria desejar, e deseja o que deveria abominar (Pv. 2:13-15) (extraído do
Boston’s Fourfold State).
4) Sua incapacidade está na total
perversão da sua vontade.
“O homem pode ser salvo se ele
quiser”, diz o arminiano. Nós lhe respondemos, “Meu caro senhor, nós todos cremos
nisso; mas essa é que é a dificuldade — se ele quiser.” Nós afirmamos que
nenhum homem deseja vir a Cristo por sua própria vontade; não, não somos nós
que o dizemos, mas Cristo mesmo declara: “Contudo não quereis vir a mim para
terdes vida” (Jo. 5:40); e enquanto esse “não quereis vir” estiver registrado
nas Escrituras nós não podemos ser levados a crer em nenhuma doutrina do livre
arbítrio. “É estranho como as pessoas, quando falam sobre livre arbítrio, falam
de coisas das quais nada compreendem. Um diz “Ora, eu creio que o homem pode
ser salvo ser ele quiser”. Mas essa não é toda a questão. O problema é: é o
homem naturalmente disposto a se submeter aos termos do Evangelho de Cristo?
Afirmamos, com autoridade bíblica, que a vontade humana é tão desesperadamente
dada ao engano, tão depravada, e tão inclinada para tudo que é mau, e tão
avessa a tudo aquilo que é bom, que sem a poderosa, sobrenatural e irresistível
influência do Espírito Santo, nenhum homem nunca será constrangido a buscar a
Cristo.” (C.H. Spurgeon).
“Há uma corda de três pontas
contra o céu e a santidade, que não é fácil de ser rompida; um homem cego, uma
vontade pervertida, e um sentimento desordenado. A mente, inchada pela vaidade,
diz que o homem não deve se humilhar; a vontade, inimiga da vontade de Deus,
diz: ele não quer; as emoções corrompidas levantando-se contra o Senhor, em
defesa da vontade corrompida diz: ele não irá. Assim a pobre criatura permanece
irredutível contra Deus, até o dia do Seu poder, quando é feito nova criatura”
(Thomas Boston).
Pode ser que alguns leitores
sejam inclinados a dizer: “ensinamentos como estes desencorajam pecadores e os
levam ao desespero”. Nossa resposta é: Primeiro, eles estão de acordo com a
Palavra de Deus! Segundo, esperamos que Ele se agrade em usar essas verdades
para levar alguns a desesperarem-se de qualquer ajuda que possam encontrar
neles mesmos. Terceiro, esse ensino manifesta a absoluta necessidade da obra do
Espírito Santo nessas criaturas depravadas e espiritualmente impotentes, se
algum dia vierem salvificamente a Cristo. Então, até que isso seja claramente
entendido, o Seu auxílio nunca será realmente buscado.