Mensagens Reformadas

NA ESTRADA BUNYAN
Minha metáfora favorita para a vida sempre foi a estrada. É fato: na frase “A vida é como uma estrada”, a palavra “como” não tem direito de estar ali. A vida é uma estrada, e somos peregrinos nela. Somos Odisseu, Enéias, Dante, Dom Quixote, Huck Finn, Bilbo Bolseiro e aquele grupo heterogêneo que se junta a Chaucer na longa estrada para a Cantuária.
Na época em que descobri O Peregrino, já tinha me convencido de minha condição como um peregrino, como um viajante nesta terra. Foi John Bunyan (1628-1688) quem me ensinou que a jornada não é apenas externa; é também – principalmente, talvez – interna.
Aprendendo a linguagem
Geograficamente falando, a estrada da vida levou-me de Nova Jérsei para o norte do estado, Nova Iorque, para Ann Arbor, Michigan e para Houston, Texas. Do ponto de vista pessoal, levou-me da infância à faculdade, da escola de pós-graduação ao casamento e da academia à paternidade. Mas tenho cumprido muito de minha jornada em uma estrada oculta, cujo pavimento não pode ser visto por olhos humanos e cujos desvios transcendem os cenários intelectual, emocional e espiritual.
Bunyan deu-me um método e uma linguagem – a da alegoria – ao traçar a jornada interna e, ao fazê-lo, capacitou-me tanto a enxergar a estrada quanto a avaliar meu progresso ao longo do caminho. Ele não inventou a alegoria, e certamente existem muitos lugares em O Peregrino que fazem atolar ou se tornam prolixos e enigmáticos; mas conseguiu tocar algo muito profundo na psique humana. É por isso que seu livro, embora aparentemente se dirigisse apenas aos puritanos ingleses, apresentou um apelo universal.
É óbvio que entendi o conceito de urgência – em termos de fé, relacionamentos e carreira –, mas a cena de abertura de O Peregrino tornou essa urgência real e visceral. Quando o indivíduo comum de Bunyan, Cristão, descobre que está vivendo na Cidade da Destruição e seu único recurso é fugir da ira vindoura, ele não tira uma soneca, discute a questão calmamente com os amigos, consulta um psiquiatra ou toma remédios controlados: ele corre. Ele enfia os dedos nos ouvidos para abafar o choro de sua esposa e filhos enquanto berra a plenos pulmões: “Vida, vida, vida eterna!”.
Essa imagem permaneceu gravada em minha mente. Ela faz o que uma centena de sermões não poderiam fazer. Ela capta, tanto física quanto exteriormente, a batalha espiritual interna que enfrentamos quando chamados a fazer algo contracultural. Devemos tapar nossos ouvidos às alegações do mundo, de tudo o que é confortável, familiar e seguro. Devemos olhar adiante, permanecer focados e seguir em frente.
Muitos dos grandes heróis da literatura inspiraram-me à coragem: Aquiles, Odisseu, Enéias, Beowulf, Arthur e Henrique V. Mas aqui era um tipo diferente de coragem, e em um homem que não era, por outro lado, notável. Cristão não é nem forte, nem altamente instruído, nem supremamente virtuoso. Mas ele atende ao chamado, e recusa-se a fazer o papel da esposa de Ló. Uma vez posicionado em seu rumo, ele não olha para trás, a despeito dos argumentos “lógicos” apresentados por aqueles que estão tentando pôr fim à sua determinação.
Percurso perigoso
A estrada que Cristão pega em seu caminho para a Cidade Celestial é perigosa, e disso aprendi que devo estar vigilante.
O principal perigo que ele encontra é a Feira das Vaidades, o grande bazar onde tudo está à venda – de prata e ouro a casas e terras; de títulos e reinos a maridos e esposas. Bunyan viveu no despontar do capitalismo internacional, e foi um dos primeiros a ver o sua armadilha espiritual mais perniciosa: não – como os medievais teriam argumentado – que se alimenta da usura (empréstimo a juros), e sim que reduziu tudo a uma etiqueta de preço. Nessa lógica, a felicidade não seria uma virtude necessária para se cultivar interiormente, mas apenas outro bem de consumo à venda para quem der o maior lance no mercado do mundo.
Cristão sobrevive ao confronto com Feira das Vaidades, mas seu companheiro de viagem, Fiel, morre uma morte de mártir. Os jurados que o condenam têm nomes apropriados: Sr. Cego, Sra. Injustiça, Sr. Malicioso, Sra. Lascívia, Sr. Libertino, Sra. Imprudência, Sr. Pretensioso, Sra. Malevolência, Sr. Mentiroso, Sra. Crueldade, Sr. Ódio-à-Luz e Sr. Implacável. Há, nisto, uma poderosa lição que ficou comigo. Embora Fiel não apresente uma ameaça efetiva para a Feira das Vaidades, sua mera presença dentro da Feira a condena. Ele acaba com o jogo, não por liderar um exército revolucionário, mas por expor sua loucura e engano.
A guerra interior
Todavia, embora o episódio na Feira das Vaidades tenha me ajudado a abrir os olhos para os sorridentes, sofisticados e farisaicos inimigos mundanos, a alegoria de Bunyan alertou-me com mais frequência para as tentações que emergem de dentro da alma. E dessas, a mais mortal é o desespero.
Já que Deus é o Deus dos peregrinos, ele misericordiosamente envia um novo companheiro para Cristão, Esperançoso, a fim de preencher o vazio deixado pela perda de Fiel. A princípio tudo vai bem, com Cristão desmascarando, de forma corajosa e prudente, o oportunismo mundano e aqueles que se acomodam a ele. Mas então, em busca de uma estrada mais tranquila, eles abandonam a trilha reta para pegar o Atalho mais fácil. Cristão logo se dá conta de seu erro e pede desculpas a Esperançoso por desviá-lo, mas há um preço a ser pago. Incapazes de recuperar a trilha reta, eles são forçados a dormir no Atalho e, enquanto dormiam, são capturados pelo gigante Desespero e trancafiados no calabouço do Castelo da Dúvida. Lá, sofrem castigos diariamente do gigante Desespero, que os aconselha ao suicídio para pôr fim a sua dor e miséria.
Era assim o desespero: ser trancafiado em um fosso e destruído a golpes de culpa, preguiça e desânimo. Em muitos sentidos, é como o tédio e o enfado de vida que afligem o melancólico Hamlet, só que aqui a tentação é espiritual. Cristão quase perde a esperança nas promessas da Escritura e, desse modo, na pessoa do Deus que lhas deu.
Felizmente, o nome de seu companheiro reflete seus dons especiais. Repetidas vezes, Esperançoso instiga Cristão a criar coragem e a esforçar-se. Ele traz à memória do seu amigo desesperado as suas primeiras vitórias contra o pecado e a perseguição, recomendando fé, paciência e resistência. Por fim, após uma noite de fervente oração, Cristão faz uma descoberta que o leva a gritar de assombro. O tempo todo ele trazia no peito uma chave chamada Promessa, que pode abrir qualquer fechadura do Castelo da Dúvida. Uma vez que se dá conta disto, ele tira a chave e, uma a uma, as portas do Castelo repentinamente se abrem para facilitar a fuga deles.
Descanso ao longo do caminho
Bunyan preparou-me bem para as picadas sutis e ciladas, para as armadilhas traiçoeiras e tentações que tiram os peregrinos da estrada certa; mas ele também me ensinou que existem muitos lugares de refúgio ao longo do caminho. O Palácio Belo, o Rio de Deus, as Montanhas Aprazíveis – todos proporcionam descanso e refrigério para o peregrino fatigado.
A Ética Protestante do Trabalho – herdada por nós do improvável, se não irônico, casamento entre os puritanos ingleses que fundaram os Estados Unidos e os negociantes holandeses que inventaram o capitalismo internacional – não precisa definir e disciplinar todo o nosso momento de vigília. Há espaço para lazer e comunhão, riso e alegria, beleza e admiração dentro deste vale de lágrimas.
Podemos ser viajantes atravessando um mundo que não é o nosso lar, mas que não deveria nos impedir de divertir-nos nessas temporárias embora adoráveis hospedarias que nos oferecem descanso para a noite. 
Fonte: Voltemos ao Evangelho
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soberania de deus na salvação


Por John Piper

Os “Cinco Pontos” do Calvinismo

Dezembro 10, 1997 | Tópico: A Soberania de Deus
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A salvação não está definitivamente nas mãos do homem para determinar. As escolhas do homem são cruciais, mas elas não são o definitivo, decisivo poder que o traz para a glória, a graça soberana de Deus é que o faz.

1. Deus elege, escolhe, antes da fundação do mundo quem Ele irá salvar e quem ele deixará para a descrença e pecado e rebelião. Ele faz isso incondicionalmente, não com bases na fé prevista que os humanos produzem por um suposto poder de suprema autodeterminação (= “livre-arbítrio”).

Atos 13:48, “E os gentios, ouvindo isto, alegraram-se, e glorificavam a palavra do Senhor; e creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna”.

Romanos 11:7, “Pois quê? O que Israel buscava não o alcançou; mas os eleitos o alcançaram, e os outros foram endurecidos”.

João 6:37, “Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora”.

João 17:6, “Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste; eram teus, e tu mos deste, e guardaram a tua palavra”. (João 6:44, 65).

2. A expiação se aplica para os eleitos de uma forma única e particular, embora a morte de Cristo seja suficiente para propiciar os pecados do mundo inteiro. A morte de Cristo efetivamente realizou a salvação para todo o povo de Deus.

Efésios 5:25, “Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela”.

Hebreus 10:14, “Porque com uma só oblação aperfeiçoou para sempre os que são santificados”.

João 10:15, “Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai, e dou a minha vida pelas ovelhas”.

Romanos 8:32, “Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas?”.

3. Por causa da Queda, os humanos são incapazes de qualquer bem salvífico para além da obra regeneradora do Espirito Santo. Nós estamos desamparados e mortos no pecado. Temos uma mentalidade que “não consegue se submeter a Deus sem a ativação divina”.

Romanos 8:7-8, “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus”.

Efésios 2:1, 5, “E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados”.

4. O chamado de Deus é eficaz, e, por isso Sua graça não pode ser definitivamente frustrada por resistência humana. O chamado regenerador de Deus pode superar toda resistência humana.

Atos 16:14, “E uma certa mulher, chamada Lídia, vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira, e que servia a Deus, nos ouvia, e o Senhor lhe abriu o coração para que estivesse atenta ao que Paulo dizia”.

João 6:65, “E dizia: Por isso eu vos disse que ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não lhe for concedido”. (Mateus 16:17; Lucas 10:21).

1 Coríntios 1:23-24, “Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos. Mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus”.

5. Aqueles quem Deus chama e regenera, Ele também protege para que eles não se desviam da fé e graça totalmente e definitivamente.

Romanos 8:30, “E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou”.

João 10:27-29, “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai”.

Filipenses 1:6, “Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo”.

1 Tessalonicenses 5:23-24, “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é o que vos chama, o qual também o fará”.

Conclusão

Romanos 11:36, “Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém”.

ELEIÇÃO DIVINA, A ESCOLHA DA GRAÇA


Na igreja protestante, há dois segmentos: o Calvinismo e o Arminianismo. O Calvinismo enfatiza a eleição divina; o Arminianismo o livre arbítrio humano. O Calvinismo ensina que Cristo morreu para efetivar nossa salvação; o Arminianismo ensina que Cristo morreu para possibilitar a nossa salvação. Para um arminiano Deus escolhe o homem para a salvação, quando este crê; para um calvinista o homem crê porque foi escolhido. Vamos, examinar, agora, à luz de Efésios capítulo 1, versículo 4, a doutrina da eleição: “Assim como nos escolheu, nele, [em Cristo], antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele…”.
Em primeiro lugar, o autor da eleição. Deus é o autor da eleição e não o homem. Foi Deus quem nos escolheu e não nós a ele. Na verdade, jamais poderíamos escolher a Deus. Estávamos mortos em nossos delitos e pecados. Éramos ímpios, fracos, pecadores e inimigos de Deus. Por isso, a escolha de Deus é incondicional. Deus não nos escolheu por causa dos nossos méritos, mas apesar dos nossos deméritos. Deus não nos escolheu porque éramos bons, mas apesar de sermos maus. Deus não nos escolheu porque cremos em Cristo; cremos em Cristo porque Deus nos escolheu (At 13.48). A fé não é causa da eleição, mas seu resultado. Deus não nos escolheu porque éramos santos; Deus nos escolheu para sermos santos. A santidade não é causa da eleição, mas sua consequência. Deus não nos escolheu por causa da nossas boas obras; Deus nos escolheu para as boas obras. Somos feitura de Deus, criados em Cristo Jesus para as boas obras.
Em segundo lugar, o tempo da eleição. O apóstolo Paulo diz que Deus nos escolheu antes da fundação do mundo. Não havia em nós qualquer mérito que justificasse essa escolha, uma vez que Deus colocou o seu coração em nós antes de nós colocarmos nosso coração nele. Sua escolha foi livre, soberana, incondicional e cheia de graça. Ele não deixaria de ser Deus pleno e feliz em si mesmo se não tivesse nos escolhido. Mas, ele, por amor, nos amou com amor eterno e nos atraiu para si com cordas de amor. E isso, desde os refolhos da eternidade. Ainda não havia estrelas brilhando no firmamento. Ainda os anjos de Deus não ruflavam suas asas cumprindo as ordens suas ordens. Ainda o sol não havia dado a sua claridade, e Deus já havia nos amado e nos escolhido para a salvação.
Em terceiro lugar, o agente da eleição. O apóstolo Paulo diz que Deus nos escolheu em Cristo. Ele é o amado de Deus, o escolhido do Pai. Nele somos amados. Nele somos eleitos. Nele somos perdoados. Nele somos remidos. Nele somos salvos. Não há salvação fora de Cristo. Não há nenhum outro nome dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos. Jesus é único caminho para Deus. Ele é o único Mediador entre Deus e os homens. Jesus é a porta do céu. Não há eleição fora de Cristo. Vivemos pela sua morte. Somos purificados do pecado pelo seu sangue. O mesmo Deus que escolheu nos salvar, elegeu também nos salvar por intermédio de Cristo. Ninguém pode ser salvo e ninguém pode confirmar sua vocação e eleição, a menos que se renda a Cristo e o confesse como Salvador e Senhor.
Em quarto lugar, o propósito da eleição. O apóstolos Paulo afirma, categoricamente, que Deus nos escolheu em Cristo, para sermos santos e irrepreensíveis. Se o autor da eleição é Deus, se a causa da eleição é a graça divina, se o agente da eleição é Cristo, o propósito da eleição é a santidade. Deus não nos escolheu para vivermos no pecado; mas para sermos libertos do pecado. Cristo não morreu para que aqueles que permanecem em seus pecados tenham a vida eterna; ele morreu para que todo o que nele crê seja santo com Deus é santo. Se a santidade não é a causa da eleição, é sua evidência mais eloquente. Ninguém pode afirmar que é um eleito de Deus, se não há evidências de santidade em sua vida. Por isso, a Palavra de Deus é oportuna em nos exortar: “Por isso, irmãos, procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição…” (2Pe 1.10).

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Halloween. Inofensiva Brincadeira Americana?

 Por Jáder Borges


Jáder Borges Filho é pastor da Igreja Presbiteriana do Jardim Satélite, em São José dos Campos (SP), e foi secretário geral do Trabalho com a Infância da IPB (2006-2010). Estudou no Seminário do Recife e na Theologisches Seminar Ewersbach, na Alemanha. Promove o Congresso Infantil Primeiros Passos, voltado para quem trabalha com crianças, EBD e departamentos infantis.
Chegamos na cidade de Minneapolis no mês de outubro e o final do outono anunciava que um rigoroso inverno viria pela frente, com possibilidades de tempestades de neve. À medida que o mês ia passando, casas e lojas iam intensificando as decorações do "Halloween", o tradicional "dia das bruxas", quando pregar peças nos outros em forma de sustos e festinhas embaladas com vampiros dançando com múmias, fica liberado. Crianças percorrem casas perguntando algo como "travessuras ou doces?", e assim, todos esperam a noite cair, para que monstros e abóboras desfiguradas comandem a festa, ao som de muito agito, "Halloween". O que esta palavra significa? A Funk and Wagnalls New Encyclopedia informa que este termo é aplicado à noite que precede o "dia de todos os santos", uma espécie de abreviação-referência de "Allhallows Evening" (uma tradução mais literal de "Allhallows Evening" seria: "Noite de todos os consagrados"...).
Estão brincando com coisa séria...
A onda do Halloween vem crescendo no Brasil, levantada por centenas de cursos de inglês, escolas com fortes influências americanas, seriados de TV e por muitos jovens que tiveram contato com a América, seja através de estudo ou intercâmbio, e que têm fascínio pela cultura norte-americana. Na comemoração do Halloween, o que se escuta como justificativa é que este é um dos meios mais divertidos de se passar um pouquinho mais a cultura daquele país para os interessados e que tudo não passa de uma divertida e diferente aula de inglês, ou de sociologia, simplesmente carregada na maquiagem e nas sombras. Seria "brincadeira" mesmo? De onde vem o Halloween?
A "brincadeira" do Halloween não tem nada de brincadeira na sua origem. Quando se busca no tempo e na história, nesta época do calendário, os druidas (espécie de feiticeiros, antigos sacerdotes entre os gauleses e bretões), costumavam erguer fogueiras para invocação de Saman, o senhor da morte! Pelo menos outros quatro espíritos também eram invocados, com a finalidade de se consultar sobre o futuro ou sobre coisas ocultas. O povo celta também acreditava que nesta data os espíritos dos mortos voltavam à terra para visitar os lares durante a noite. Os romanos, após conquistarem a Grã-Bretanha, adotaram para si as crenças do Halloween, num de seus festivais rituais, em honra à deusa Pomona, senhora das frutas e das árvores.
Como podemos ver, a fonte dessa "brincadeira" traz consigo rituais e invocações a espíritos, tanto de demônios, como de mortos, coisas estas que a Palavra de Deus, a Bíblia, enfaticamente recomenda para não serem feitas, sob grande risco de tremendos distúrbios emocionais e espirituais. A Bíblia diz para não brincarmos e nem mexermos com o oculto, exatamente porque não existe nada de divertido nas densas trevas espirituais, de onde o Halloween se origina (veja Dt.18.9-14; 20.17,18; Is. 8.19; etc). Todos nós sabemos que quem brinca ao volante de um carro, pode se machucar seriamente; que quem brinca com fogo, pode se queimar... e, que quem brinca com uma arma, pode tombar, vítima de um disparo avassalador. Portanto, não brinque com práticas e representações que se aproximam daquilo que Deus avisou para não ser copiado, ou ridicularizado. As penas poderão ser muito duras.
Ora, irmão, deixe de exagero...
Vampiros, múmias, duendes travessos, fantasmas, feiticeiras e diabinhos; muitos diabinhos.... tudo infernalmente e "divertidamente" fantasiado... Que mal há nisto? Estes e muitos outros ícones do mal estão deixando de assustar as pessoas hoje em dia, e nem o velho diabo assusta mais. Evolução dos tempos? Não. Involução espiritual. O povo se distanciou da Palavra de Deus e penetrou por muitos caminhos, grande parte deles escuros e perigosos. Hoje, brinca-se com o diabo, porque não se acredita mais nele. Jesus Cristo sempre acreditou no diabo e teve com ele e suas hostes, grandes batalhas. O Filho de Deus sempre considerou sua astúcia e terrível maldade, sendo a única Autoridade a quem o diabo teme. Por que brincaria eu com o diabo, se nas páginas da Bíblia ele não tem nada de divertido? Ridicularizaria eu uma cascavel prestes a dar o bote?! Cutucaria uma onça com vara curta, estando a jaula aberta? Rapaz e moça... não brinquem com o diabo, pois ele não brinca com vocês. O que ele quer é devorar vidas! (1a Pe.5.8). Não se aproxime de qualquer ícone do mal nem se fantasie dele, sob o risco de sofrer terríveis perturbações espirituais, de origens demoníacas. Nem Jesus desacreditou da existência do diabo, e nem os anjos o fazem, por que faríamos nós? "Contudo, o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo... não se atreveu a proferir juízo infamatório contra ele; pelo contrário, disse: O Senhor te repreenda!" (Jd. v9). Quem nos informa isto é a Bíblia, a Palavra de Deus. E a Palavra de Deus não mente.
Depressões profundas, ideias suicidas, afundamento nos vícios, bárbaros assassinatos cometidos por jovens, escutar sons de gargalhadas horripilantes e vozes do além pela casa, tudo isso vem acontecendo com milhares de jovens em todo o mundo, que um dia ousaram "brincar" com o diabo ou com ícones a ele associados, e caíram, vítimas de seus laços mortais. Perderia Saman, tido como o senhor da morte, a primeira oportunidade de matar? Acredito que não. ("Saman" é um dos nomes com os quais Satanás se disfarça).
Finalizando, o meu conselho e incentivo é para que você não embarque nesta onda de "Halloween", só porque a sua escola, ou a sua turma está fazendo tal festa. Professores, lembrem-se que também compete a vocês zelaram pelo bem-estar dos alunos. Não os empurre para iniciações com o mundo das trevas, nem por brincadeira! Desistam de qualquer "brincadeira" do Halloweenenquanto ainda é tempo, pois ninguém precisa de Halloween para se divertir, exatamente por não haver diversão em maldições. O que todos nós precisamos é de seguir Jesus Cristo, para sermos verdadeiramente felizes.
Portanto, não vá com os outros, nem que os outros formem multidão. A história está repleta de casos em que a multidão estava completamente desnorteada, pagando um alto preço por causa disso. No caso específico doHalloween, muitos adolescentes e jovens entraram nessa "brincadeira" sem saber das profundas armadilhas espirituais escondidas por trás da "diversão" e hoje sofrem grandes tristezas. Jovens, não deem ouvidos à voz do povo, pois isso nem é bíblico, e trata-se de uma tremenda armação. A voz do povo nunca será a voz de Deus, ainda mais quando empurra pessoas para práticas que Deus condena! A Bíblia é que é a Voz de Deus! Escute o que ela diz: "Não seguirás a multidão para fazeres o mal"... (Êx.23.2a). "Então, perguntou Jesus aos doze: Porventura, quereis também vós outros retirar-vos? Respondeu-Lhe Simão Pedro: Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna" (Jo 6:68).



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A Mente de Cristo - Stephen Kaung

O que é a mente de Cristo? Se o Filho quisesse manter os seus próprios direitos, sentar no trono com Seu Pai, de ser adorado pelos anjos, de governar e reger o universo, de viver em glória e honra. Esse era o Seu direito. Mas, essa não era a mente de Cristo. A mente de Cristo era se despojar dos Seus direitos, de Sua glória, de Sua honra até mesmo de Sua onipotência. Ele estava desejoso de se despojar de tudo como Deus e Se humilhar para ser um servo, para ser um Homem. Que humilhação foi essa! Sem essa mente, a encarnação é impossível.

Paulo disse: “Tende em vós o mesmo sentimento (mente – na versão em inglês) que houve também em Cristo Jesus”. A encarnação nos lembra da humildade do nosso Senhor Jesus porque Ele se humilhou. Por esse motivo, deveríamos permitir que Sua mente estivesse em nós, a mesma mente que estava em Cristo Jesus. Naturalmente, somos orgulhosos. Não somos nada, mas achamos que somos alguma coisa. Ele é tudo e, ainda assim, considerou a Si mesmo como nada. Como precisamos aprender a lição da humildade! Como é dito na Sua Palavra: Deus dá graça ao humilde, mas resiste ao soberbo. Humildade é a mente de Cristo.


Humildade e humilhação são duas coisas distintas. Humildade é uma atitude interior; humilhação é um ato exterior. Humildade é algo que vem de dentro, voluntariamente. Humilhação é algo imposto externamente. Pelo fato de não sermos humildes, somos humilhados freqüentemente. Mas, se somos humildes, estamos além da humilhação. Há um livro chamado Além da Humilhação (The Way of the Cross – Beyond Humiliation, J.Gregory Mantle, Kingsley Press, 2004), é um livro muito bom. Se somos humildes, estamos além da humilhação. A razão pela qual nos sentimos humilhados é porque não somos humildes. Não culpemos as pessoas que nos humilham. Precisamos disso para desenvolver aquele espírito de humildade. Sempre que pensarmos na encarnação, nos lembremos da mente de Cristo.







Um Coração Profundamente Afetado 

– Jonathan Edwards


O ser humano tem a tendência de permanecer inativo até ser influenciado por alguma emoção: amor ou ódio, desejo, esperança, temor etc. Essas afeições representam o "princípio da ação", aquilo que nos impulsiona, que nos faz agir.
Quando olhamos para o mundo, vemos pessoas extremamente ocupadas. As emoções mantêm-nas ocupadas. Se pudéssemos retirar a emoção das pessoas, o mundo ficaria imóvel e inativo; não haveria mais atividade. É o sentimento chamado "cobiça" que impele alguém a buscar vantagens mundanas; é o sentimento chamado "ambição" que induz alguém a buscar glória humana; é o sentimento chamado "lascívia" que leva a pessoa a buscar prazer sensual. Assim como os sentimentos mundanos são o princípio de ações mundanas, os sentimentos religiosos (Afeiçoes santas) constituem o princípio de ações espirituais verdadeiras.

Quem possui apenas conhecimento de doutrina e teologia — sem afeição santa  — nunca se entendeu a verdadeira religião. Não há nada tão claro quanto isto: nossa prática religiosa tem sua raiz unicamente dentro de nós, até onde as emoções nos levam. Milhares de pessoas ouvem a Palavra de Deus, tomam conhecimento de importantes verdades acerca de si mesmas e de sua vida, mas nada do que ouvem exerce efeito sobre elas, sua maneira de viver não muda.

A razão é esta: eles não são afetados por aquilo que ouvem. Há muitos ouvem a respeito do poder, da santidade e da sabedoria de Deus, de Cristo, das coisas maravilhosas que ele faz e de seu convite gracioso. Entretanto, permanecem exatamente como estão, na vida e na prática.

Sou ousado em dizer isso, mas acredito que ninguém jamais mudou por causa da doutrina, de ouvir a Palavra de Deus ou pelo ensino ou pregação de outra pessoa, a não ser quando esses meios atingiram os sentimentos. 

Ninguém busca a salvação, clama por sabedoria, luta com Deus, põe-se de joelhos em oração ou foge do pecado se tem o coração insensível. Em resumo, não haverá nenhuma grande conquista pelos instrumentos da evangelho se o coração não estiver profundamente afetado por eles.

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Conheça as cinco pontos de Fé Reformada da PIB Rio de Deus.
Os cinco pontos das Igrejas Batistas Reformadas
Um breve esboço de nossas convicções distintivas













I. REFORMADA

A. Sola Scriptura - A Bíblia é a autoridade completa, fechada e clara em todas as matérias de fé.
B. Solus Christus - Nossa confiança para a salvação está somente em Jesus Cristo.
C. S...ola Gratia – a Graça assegurou a redenção sem referência a obras.
D. Sola Fide - Somos declarados justos por Deus somente pela fé [1].
E. Soli Deo Gloria – A finalidade da criação e redenção é a glória de Deus.


II. CALVINISTA

A. Depravação total - A queda de Adão afetou a totalidade da pessoa do homem [2].
B. Eleição incondicional – A Eleição não é baseada na presciência da fé ou em obras [3].
C. Expiação limitada – A redenção foi obtida por Cristo para os eleitos [4].
D. Graça irresistível – A regeneração pelo Espírito santo é eficaz para os eleitos.
E. Perseverança dos Santos - Deus vai, pela graça, completar o que Ele começou na regeneração.


III. PURITANA

A. Piedade na Adoração - Princípio Regulador do Culto [5], o Dia do Senhor como um Sabbath Cristão.
B. Piedade na Pregação - Primazia da pregação. Ênfase na exposição e na aplicação.
C. Piedade na Instrução - Confessional e universal. Propagar aquilo que nós cremos que a Bíblia ensina [6].
D. Piedade na Família - Pais devem instruir (catequizar) e disciplinar os seus filhos no Senhor.
E. Piedade no Comportamento - Manter uma boa consciência diante de Deus e dos homens.


IV. PACTUAL

A. Unidade da Bíblia - Muitas partes, mas uma só mensagem.
B. Interpretação Cristocêntrica - a pessoa de Jesus, Sua obra e Seu reino, é o tema da Bíblia.
C. Distinção entre Lei / Evangelho – A Lei [7] ordena e condena. O Evangelho salva [8].
D. Um meio de salvação - Cristo salvou todos os eleitos ao longo de todas as eras.
E. Visão otimista da história - Jesus Cristo é agora Rei, reinando sobre todos. Ele virá em breve.


V. BATISTA

A. Prática Eclesiástica Bíblica – Ordenanças só para crentes [9]. Disciplina da igreja exercida com amor.
B. Liberdade Eclesiástica Bíblica - O estado não deve intrometer-se em assuntos da consciência.
C. Governo de Igreja Bíblico - Presbíteros e diáconos. A congregação local escolhe seus líderes [10].
D. Crescimento de Igreja Bíblico - Proclamação do Evangelho para o mundo. Arrependimento e Fé exigidos de todos.
E. Ministério Eclesiástico Bíblico - Sacerdócio de todos os crentes [11].

Quer saber mais? Em breve (Maio)... Escola Bíblica Reformada



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O que é Teologia Reformada?




Pergunta: "O que é Teologia Reformada?"

Resposta:
De uma forma geral, Teologia Reformada inclui qualquer sistema de crença que traça suas raízes à Reforma Protestante do século 16. Claro que os Reformadores basearam sua doutrina nas Escrituras, como indicado no credo de “sola scriptura”, então teologia Reformada não é um “novo” sistema de crença mas um que procura dar continuação à doutrina apostólica.


Geralmente, teologia Reformada defende a autoridade das Escrituras, a soberania de Deus, salvação pela graça através de Cristo e a necessidade de evangelismo. Às vezes é chamada de Teologia do Pacto por causa da ênfase dada à aliança que Deus fez com Adão e a nova aliança que veio através de Jesus Cristo (Lucas 22:20).

Autoridade das Escrituras. Teologia Reformada ensina que a Bíblia é a inspirada e confiável Palavra de Deus, suficiente para todos os assuntos de fé e prática.

Soberania de Deus. Teologia Reformada ensina que Deus reina com controle absoluto sobre toda a criação. Ele predeterminou todos os eventos e, portanto, nunca se frustra com as circunstâncias. Isso não limita a vontade da criatura, nem faz de Deus o autor do pecado.

Salvação pela graça. Teologia reformada ensina que Deus em Sua graça e misericórdia escolheu redimir um povo para Si mesmo, livrando-os do pecado e morte. A doutrina de salvação reformada é também conhecida como os cinco pontos do Calvinisno (ou pelo acróstico TULIP, referente às iniciais dos pontos em inglês):




T- Depravação Total do Homem (Total depravity).O homem é completamente fraco em seu estado de pecado, está sob a ira de Deus e de forma alguma pode agradar a Deus. Depravidade total também significa que o homem não vai naturalmente procurar conhecer a Deus, até que Deus graciosamente o encoraje a assim agir. (Gênesis 6:5; Jeremias 17:9; Romanos 3:10-18).

U – Eleição incondicional (Unconditional election). Deus, da eternidade passada, escolheu salvar uma grande multidão de pecadores, a qual nenhum homem pode numerar (Romanos 8:29-30; 9:11; Efésios 1:4-6:11-12).

L- Expiação limitada (Limited Atonement). Também chamada de “redenção particular”. Cristo tomou sobre Si o julgamento do pecado dos eleitos e, portanto, pagou por suas vidas com a Sua morte. Em outras palavras, Ele não só tornou salvação “possível”, Ele na verdade a obteve por aqueles que Ele tinha escolhido (Mateus 1:21; João 10:11; 17:9; Atos 20:28; Romanos 8:32; Efésios 5:25).

I - Graça irresistível (Irresistible Grace). Em seu estado depois da Queda ao pecado, o homem resiste ao amor de Deus, mas a graça de Deus trabalhando em seu coração faz com que tal homem deseje o que ele tinha previamente resistido. Quer dizer, a graça de Deus não vai falhar em realizar o seu trabalho de salvação na vida dos eleitos (João 6:37,44; 10:16).

P – Perseverança dos santos (Perseverance of the saints). Deus protege Seus santos de se desviar totalmente; por isso salvação é eterna (João 10:27-29; Romanos 8:29-30; Efésios 1:3-14).

A necessidade de evangelismo. Teologia reformada ensina que Cristãos estão nesse mundo para fazer a diferença, espiritualmente através de evangelismo e socialmente através de uma vida santa e de humanitarismo.

Outras características da teologia Reformada geralmente incluem a observância de dois sacramentos (batismo e comunhão), uma opinião de que certos dons espirituais cessaram (esses dons não foram mais passados à igreja), e uma opinião não dispensacionalista das Escrituras. As igrejas reformadas dão grande valor ao ensino de João Calvino, John Knox, Ulrico Zuínglio e Martinho Lutero. A Confissão de Fé de Westminster incorpora a teologia da tradição Reformada. Igrejas modernas na tradição reformada incluem a Prebisteriana, Congregacionalista e algumas Batistas.
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Conheça a Doutrina das Igrejas Batistas Reformada










 ·         Influências Teológicas


Os Batistas Reformados são batistas e calvinistas, e normalmente aderem à Confissão de Fé Batista de 1644 ou 1689. Eles podem traçar a sua história através do início da era moderna dos batistas particulares da Inglaterra. Os nomes Batista Particular, Batista Calvinista e Batista Reformado são essencialmente a mesma coisa.


As Igrejas Batistas Reformadas muitas vezes aderem à primeira ou a segunda Confissão de Fé Batista de Londres (alterada em 1646 e novamente em 1651 e 1689), respectivamente. Essas duas Confissões não são consideradas exaustivas ou de autoridade infálivel; os batistas reformados tendem a dar menos importância as Confissões do que os outros calvinistas históricos. Os Batistas Reformados tradicionalmente direcionam toda a sua doutrina diretamente da Bíblia, que vêem como a única autoridade de fé e prática; por isso são muito cautelosos acerca da adoção de "normas" e "escritos iluminados" por causa da cultura de "apenas as Escrituras" que é comum em todas as vertentes batistas. Entrementes, as Confissões são estabelecidas como um consenso comum e uma declaração pública do que as igrejas batistas reformadas crêem e ensinam.







Aderem a soteriologia definida por João Calvino, baseada nas chamadas Doutrinas da Graça, historicamente sistematizadas pelos cinco pontos do calvinismo (conhecida pela sigla TULIP) desenvolvidos nos Cânones de Dort. A soteriologia calvinista constituí o eixo da Fé Reformada e por isso os Batistas que adotam a chamada TULIP são caracterizados como Reformados. Porém os Batistas Reformados discordam em alguns pontos da teologia calvinista como o Batismo Infantil (pois a Teologia do Pacto, a luz de Calvino e da maioria dos Reformados, pressupõe que os filhos de cristãos com certeza são predestinados, por isso devem ser batizados na infância; os Batistas Reformados não levam isso em consideração), Batismo por Aspersão (o batismo por submersão é um ponto inegociável da tradição batista), simbiose entre Igreja e Estado (Calvino considerava o Estado como algo espiritual e controlado por Deus, enquanto os batistas tem como tradição a indiferença em relação ao Estado), liturgia (os Batistas tem uma visão "puritana" de culto, se atendo apenas o que as Escrituras dizem sobre culto; enquanto a maioria dos reformados como os Anglicanos e Presbiterianos do Brasil se atam a certos padrões litúrgicos históricos) dentre outros pontos. Por este motivo, alguns ramos das igrejas reformadas que são mais fiéis a doutrina desenvolvida por Calvino, questionam se os chamados Batistas Reformados são de fato Reformados. No entanto, os Batistas Reformados afirmam ser claramente e genuinamente reformados, declarando que são adeptos do Pacto da Graça como feito somente com os eleitos.


O batismo é visto como um sinal da administração de Nova Aliança — feitas com aqueles que foram regenerados por ter a lei escrita em seus corações, seus pecados perdoados e que a salvação vem ao conhecer o Senhor (Jeremias 31:31-4). Batistas Reformados acreditam que somente aqueles que podem professar esta credibilidade devem ser batizados. Candidatos ao batismo são consideradas credíveis após a congregação e os anciãos examinarem cuidadosamente seus testemunhos e estilos de vida. Esse aspecto distinto desta igreja Reformada é uma tradição batista inegociável que sustenta o diferencial e razão histórica dos Batistas se manterem como uma vertente distinta do Protestantismo.



·         Pontos em comum

As igrejas batistas reformadas se identificam entre sim por determinados pontos em comum:


ü  A centralidade das Escrituras Sagradas: a chamada "Bíblia Sagrada", composta por 66 textos divididos em duas alianças (isto é, Antigo e Novo Testamento), é considerada pelos batistas como "única regra de fé e prática", portanto — na teoria — absolutamente nenhuma doutrina, liturgia ou prática pode ser estabelecida numa igreja batista reformada se não houver antecedente bíblico sólido. Este é um princípio batista universal adotado por todas as vertentes batistas; contudo, o batista reformado considera que deve haver, junto ao respeito pela Escritura, uma interpretação bíblica ortodoxa dentro da Teologia Reformada.




ü  Credalismo: os [Credos antigos|credo]s (apostólico, niceno-constantinopolitano, calcedônio, atanasiano...), confissões de fé como a batista de 1689, bem como catecismos tais quais o ortodoxo de 1680 e o de Londres de 1689, são considerados resumos dos ensinamentos da igreja, instrumentos para instrução teológica e compêndios de interpretação ortodoxa. Nenhuma é colocada na mesma posição de regra das Escrituras Sagradas, tendo que serem subordinados a doutrinas expostas na Bíblia, não podendo ser geradores independentes de doutrinas ou liturgia. Este é um princípio restrito à vertente reformada.



ü  Princípio regulador do culto: a crença de que "O modo aceitável de adorar o Deus verdadeiro é instituído por ele mesmo e tão limitado pela sua própria vontade revelada, que não pode ser adorado segundo as imaginações e invenções dos homens, ou o sugestões de Satanás, sob qualquer representação visível, ou qualquer outra forma, não prescrita nas Sagradas Escrituras" (a partir do capítulo 22, nº 1 da confissão de fé batista de 1689). Cada elemento da liturgia semanal regular deve ser expressamente ordenado da Escritura. Tudo o que é expressamente ordenado deve ser incluído, o que não é expressamente ordenado deve ser excluído. As circunstâncias do culto podem variar duma igreja para outra (isto é, adoradores se sentar em cadeiras ou de pé, o tempo que o culto é realizado, etc.) Este é um princípio batista universal adotado por todas as igrejas batistas, havendo divergências como estilos musicais.
 
ü  Soteriologia Calvinista: ensina-se a depravação total, eleição incondicional, expiação limitada, vocação eficaz (ou graça irresistível) e a perseverança dos santos; isto é, os cinco pontos do calvinismo. Trata-se de um princípio restrito à vertente reformada..

ü  Congregacional e Associativa: não há nenhuma autoridade eclesiástica acima da equipe de anciãos da igreja local (incluindo o pastor presidente) além do próprio Jesus Cristo. As igrejas batistas entendem que a igreja local deve ser autônoma, e portanto são contra as estruturas episcopal (de bispos, como adotado pela igreja metodista) ou presbiteriana (presbitérios e sínodos, como adotado pela igreja presbiteriana do Brasil). No entanto, tradicionalmente as igrejas batistas (e reformadas) se reúnem em convenções associativas para comungarem com outras igrejas de doutrina em comum e promover um suporte comum como seminários, gráficas, faculdades teológicas etc. Temos, como exemplo, a Comunhão batista reformada do Brasil. Este é um princípio batista muito disseminado, porém hoje não é universal, havendo várias divergências. Há igrejas batistas que levam com mais rigidez este aspecto e se recusam a se associar a quaisquer convenção. E há também igrejas que se chamam batistas e se formam como verdadeiras denominações, tendo várias ‘filiais’ e uma administração unificada, como a Igreja Batista Nova Filadélfia; outros batistas rejeitam que igrejas assim se continuem a chamar de batistas.


ü  Eclesiástica: nas igrejas batistas a igreja local tem como líderes dois tipos de obreiros: pastor (ancião, presbítero, reverendo) e diácono. Cada igreja local tem um determinado número de pastores, variando de igreja a igreja. Este grupo de pastores é responsável pela liderança espiritual (oração, pregação, aconselhamento...) enquanto o diaconato é responsável pela tesouraria da igreja, serviço da ceia, recepção de visitantes e outras questões administrativas. Há certas variações; por exemplo, há igrejas onde há apenas diáconos que acumulam a administração e o serviço pastoral, tendo pastores como funcionários da igreja.


ü  Domingo como dia sagrado cristão: alguns batistas reformados consideram o domingo, geralmente chamado de "dia do Senhor", o único santo dia da fé cristã. Crêem que os domingos são para participar do culto púplico (chamado de "reunião sabática" ou "reunião" pelos tradicionais) e a prática de boas obras, sendo para descansar de todos os trabalhos "terrenos" e negócios. Há divergências acerca da proibição estrita de trabalhos "terrenos".

 História - Origens

A primeira igreja batista nasceu com um grupo de refugiados ingleses na Holanda em busca de liberdade religiosa em 1608. Liderados por John Smyth, clérigo, e Thomas Helwys, advogado, organizaram em Amsterdã, em 1609, uma igreja congregacional. John Smyth, puritano, discordava da política e de alguns pontos da doutrina da igreja anglicana, da qual era pastor, após uma aproximação com os menonitas e, examinando a Bíblia, creu na necessidade de batizar-se conscientemente, em seguida batizando os demais fundadores da igreja, constituindo-se assim a primeira igreja batista organizada. Até então os batistas não batizavam por imersão, e sim por aspersão; o único diferencial em seu batismo era a necessidade ser batizado em idade consciente.

 Batistas particulares

Os batistas particulares eram assim chamados por acreditarem na expiação limitada, ou particular. A visão particular da expiação é que Cristo, na Sua morte, se comprometeu em salvar indivíduos particulares, os eleitos. Esta é a posição calvinista. Alguns dos primeiros líderes batistas particulares foram Benjamin Keach, Hanserd Knollys, William Kiffin, e Isaac Backus. Os batistas da Inglaterra descendem dos batistas particulares. Os batistas particulares eram muito rígidos e exclusivistas; uma notável exceção foi o autor de O Peregrino, John Bunyan.

Ao longo do século 18, os batistas gerais aderiram ao liberalismo teológico e praticamente desapareceram de cena na Inglaterra. Nesse período, os batistas particulares tiveram uma posição teológica super-conservadora, que alguns classificavam como hiper-calvinismo e antimonianismo. Em 1785, Andrew Fuller (1754-1815) publicou o livro "O Evangelho Digno de toda a aceitação", que ajudou muitos batistas particulares a tomarem uma posição mais aberta e sociável com e ao estilo do evangelicalismo; esse fenômeno foi apelidado de "Fullerismo" e levaria a uma divisão entre os batistas particulares, entre aqueles que adotaram a abertura e aqueles que se mantiveram conservadores. Essa vertente batista mais aberta tem como expoentes históricos o próprio Andrew Fuller e Willian Carey (1761-834), missionário batista na Índia. O principal porta-voz do calvinismo no meio batista foi John Gill (1696-1771), talvez mais conhecido pela sua pregação expositiva da Bíblia, sendo o primeiro pregador a comentar sobre cada versículo da Bíblia. Com o tempo a teologia super-conservadora perdeu sua força, a ponto de os batistas gerais se fundirem aos batistas particulares na União Batista da Grã-Bretanha (1813).

 Batistas calvinistas

O termo "reformado" geralmente é visto, por aqueles que confessam serem reformados, como uma descrição restrita de alguém ou alguma igreja que:

 Confessionalidade: adota uma das confissões de fé reformadas, como a Confissão de Fé de Westminster e a Confissão de Fé Batista de Londres (no caso dos próprios batistas). No caso dos batistas reformados, adotam-se outras confissões como a "Primeira Confissão Batista de Londres (1644/46), A Confissão de Fé Batista de New Hampshire (1833) e a Fé e Mensagem Batista (1925). Isso caracteriza as igrejas batistas que adotam tais confissões, como igrejas reformadas a partir do momento que acompanham o outro aspecto abaixo.

 Cinco pontos da Reforma: adere aos cinco Solas, desenvolvidos por Martinho Lutero: Sola fide, Sola scriptura, Solus Christus, Sola gratia e Soli Deo Gloria. Dependendo de como se interpretam esses pontos, pode se considerar que estes "cinco Solas" são adotados por todas as igrejas batistas que, apesar de não adotarem soteriologia calvinista, atribuem‐se uma tradição reformada.

 TULIP: cinco pontos do calvinismo: adere aos cinco pontos do calvinismo, desenvolvidos por Calvino e sistematizados pelo Sínodo de Dordrecht. Esse é um aspecto fundamental que diferencia os batistas calvinistas (ou reformados) dos demais Batistas.

As igrejas hoje chamadas de "batistas reformadas" ou "calvinistas" são as que tem os aspectos acima: confessionalidade escrita, cinco pontos da Reforma e os cinco pontos do calvinismo. Porém, as igrejas batistas não consideradas reformadas, aceitam dourinas calvinistas, como a doutrina da eleição.

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O Propósito principal da vida não é a felicidade, mas o conhecimento de Deus!


Por: J.P Moreland





Primeiramente, o propósito principal da vida não é a felicidade, mas o conhecimento de Deus. A razão pela qual o problema do mal parece tão intratável é que as pessoas tendem naturalmente a presumir que, se Deus existe, então seu propósito para a vida humana é a felicidade neste mundo. O papel de Deus é fornecer um ambiente confortável para seus bichinhos de estimação humanos.


Contudo, isso é falso na visão cristã. Não somos bichinhos de estimação de Deus, e o objetivo da vida humana não é a felicidade per si, mas o conhecimento de Deus -, que, no final, trará a verdadeira e duradoura satisfação humana.·.


Muitos males ocorrem na vida que podem parecer totalmente sem sentido com respeito ao objetivo de produzir a felicidade humana; mas eles têm sentido ao produzir um conhecimento mais profundo de Deus.


O sofrimento de humanos inocentes nos dá ocasião para a confiança mais profunda e dependência de Deus, tanto por parte do sofredor quanto dos que estão a seu redor. Naturalmente, se o propósito de Deus é alcançado por meio de nossos sofrimentos dependerá de nossa resposta.


Responderemos com ira e amargura para com Deus ou nos voltaremos para ele com fé em busca de força para suportar?


By Bereianos


Extraído do blog: perolasdoevangelho@blogspot.com.br




As 95 Teses de Martinho Lutero

por
Martinho Lutero

Em 31 de Outubro de 1517, Martinho Lutero afixou na porta da capela de Wittemberg 95 teses que gostaria de discutir com os teólogos católicos, as quais versavam principalmente sobre penitência, indulgências e a salvação pela fé. O evento marca o início da Reforma Protestante, de onde posteriormente veio a Igreja Presbiteriana, e representa um marco e um ponto de partida para a recuperação das sãs doutrinas.
Movido pelo amor e pelo empenho em prol do esclarecimento da verdade discutir-se-á em Wittemberg, sob a presidência do Rev. padre Martinho Lutero, o que segue. Aqueles que não puderem estar presentes para tratarem o assunto verbalmente conosco, o poderão fazer por escrito.
Em nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.



1ª Tese
Dizendo nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo: Arrependei-vos...., certamente quer que toda a vida dos seus crentes na terra seja contínuo arrependimento.
2ª Tese
E esta expressão não pode e não deve ser interpretada como referindo-se ao sacramento da penitência, isto é, à confissão e satisfação, a cargo do ofício dos sacerdotes.
3ª Tese
Todavia não quer que apenas se entenda o arrependimento interno; o arrependimento interno nem mesmo é arrependimento quando não produz toda sorte de modificações da carne.
4ª Tese
Assim sendo, o arrependimento e o pesar, isto é, a verdadeira penitência, perdura enquanto o homem se desagradar de si mesmo, a saber, até a entrada desta para a vida eterna.
5ª Tese
O papa não quer e não pode dispensar outras penas, além das que impôs ao seu alvitre ou em acordo com os cânones, que são estatutos papais.
6ª Tese
O papa não pode perdoar divida senão declarar e confirmar aquilo que Já foi perdoado por Deus; ou então faz nos casos que lhe foram reservados. Nestes casos, se desprezados, a dívida deixaria de ser em absoluto anulada ou perdoada.
7ª Tese
Deus a ninguém perdoa a dívida sem que ao mesmo tempo o subordine, em sincera humildade, ao sacerdote, seu vigário.
8ª Tese
Canones poenitendiales, que não as ordenanças de prescrição da maneira em que se deve confessar e expiar, apenas aio Impostas aos vivos, e, de acordo com as mesmas ordenanças, não dizem respeito aos moribundos.
9ª Tese
Eis porque o Espírito Santo nos faz bem mediante o papa, excluído este de todos os seus decretos ou direitos o artigo da morte e da necessidade suprema
10ª Tese
Procedem desajuizadamente e mal os sacerdotes que reservam e impõem aos moribundos poenitentias canonicas ou penitências para o purgatório a fim de ali serem cumpridas.
11ª Tese
Este joio, que é o de se transformar a penitência e satisfação, Previstas pelos cânones ou estatutos, em penitência ou penas do purgatório, foi semeado quando os bispos se achavam dormindo.
12ª Tese
Outrora canonicae poenae, ou sejam penitência e satisfação por pecadores cometidos eram impostos, não depois, mas antes da absolvição, com a finalidade de provar a sinceridade do arrependimento e do pesar.
13ª Tese
Os moribundos tudo satisfazem com a sua morte e estão mortos para o direito canônico, sendo, portanto, dispensados, com justiça, de sua imposição.
14ª Tese
Piedade ou amor Imperfeitos da parte daquele que se acha às portas da morte necessariamente resultam em grande temor; logo, quanto menor o amor, tanto maior o temor.
15ª Tese
Este temor e espanto em si tão só, sem falar de outras cousas, bastam para causar o tormento e o horror do purgatório, pois que se avizinham da angústia do desespero.
16ª Tese
Inferno, purgatório e céu parecem ser tão diferentes quanto o são um do outro o desespero completo, incompleto ou quase desespero e certeza.
17ª Tese
Parece que assim como no purgatório diminuem a angústia e o espanto das almas, nelas também deve crescer e aumentar o amor.
18ª Tese
Bem assim parece não ter sido provado, nem por boas ações e nem pela Escritura, que as almas no purgatório se encontram fora da possibilidade do mérito ou do crescimento no amor.
19ª Tese
Ainda parece não ter sido provado que todas as almas do purgatório tenham certeza de sua salvação e não receiem por ela, não obstante nós termos absoluta certeza disto.
20ª Tese
Por isso o papa não quer dizer e nem compreende com as palavras “perdão plenário de todas as penas” que todo o tormento é perdoado, mas as penas por ele impostas.
21ª Tese
Eis porque erram os apregoadores de indulgências ao afirmarem ser o homem perdoado de todas as penas e salvo mediante a indulgência do papa.
22ª Tese
Pensa com efeito, o papa nenhuma pena dispensa às almas no purgatório das que segundo os cânones da Igreja deviam ter expiado e pago na presente vida.
23ª Tese
Verdade é que se houver qualquer perdão plenário das penas, este apenas será dado aos mais perfeitos, que são muito poucos.
24ª Tese
Assim sendo, a maioria do povo é ludibriada com as pomposas promessas do indistinto perdão, impressionando-se o homem singelo com as penas pagas.
25ª Tese
Exatamente o mesmo poder geral, que o papa tem sobre o purgatório, qualquer bispo e cura d'almas o tem no seu bispado e na sua paróquia, quer de modo especial e quer para com os seus em particular.
26ª Tese
O papa faz muito bem em não conceder às almas o perdão em virtude do poder das chaves (ao qual não possui), mas pela ajuda ou em forma de intercessão.
27ª Tese
Pregam futilidades humanas quantos alegam que no momento em que a moeda soa ao cair na caixa a alma se vai do purgatório.
28ª Tese
Certo é que no momento em que a moeda soa na caixa vêm o lucro e o amor ao dinheiro cresce e aumenta; a ajuda, porém, ou a intercessão da Igreja tão só correspondem à vontade e ao agrado de Deus.
29ª Tese
E quem sabe, se todas as almas do purgatório querem ser libertadas, quando há quem diga o que sucedeu com Santo Severino e Pascoal.
30ª Tese
Ninguém tem certeza da suficiência do seu arrependimento e pesar verdadeiros; muito menos certeza pode ter de haver alcançado pleno perdão dos seus pecados.
31ª Tese
Tão raro como existe alguém que possui arrependimento e, pesar verdadeiros, tão raro também é aquele que verdadeiramente alcança indulgência, sendo bem poucos os que se encontram.
32ª Tese
Irão para o diabo juntamente com os seus mestres aqueles que julgam obter certeza de sua salvação mediante breves de indulgência.
33ª Tese
Há que acautelasse muito e ter cuidado daqueles que dizem: A indulgência do papa é a mais sublime e mais preciosa graça ou dadiva de Deus, pela qual o homem é reconciliado com Deus.
34ª Tese
Tanto assim que a graça da indulgência apenas se refere à pena satisfatória estipulada por homens.
35ª Tese
Ensinam de maneira ímpia quantos alegam que aqueles que querem livrar almas do purgatório ou adquirir breves de confissão não necessitam de arrependimento e pesar.
36ª Tese
Todo e qualquer cristão que se arrepende verdadeiramente dos seus pecados, sente pesar por ter pecado, tem pleno perdão da pena e da dívida, perdão esse que lhe pertence mesmo sem breve de indulgência.
37ª Tese
Todo e qualquer cristão verdadeiro, vivo ou morto, é participante de todos os bens de Cristo e da Igreja, dádiva de Deus, mesmo sem breve de indulgência.
38ª Tese
Entretanto se não deve desprezar o perdão e a distribuição por parte do papa. Pois, conforme declarei, o seu perdão constitui uma declaração do perdão divino.
39ª Tese
É extremamente difícil, mesmo para os mais doutos teólogos, exaltar diante do povo ao mesmo tempo a grande riqueza da indulgência e ao contrário o verdadeiro arrependimento e pesar.
40ª Tese
O verdadeiro arrependimento e pesar buscam e amam o castigo: mas a profusão da indulgência livra das penas e faz com que se as aborreça, pelo menos quando há oportunidade para isso.
41ª Tese
É necessário pregar cautelosamente sobre a indulgência papal para que o homem singelo não julgue erroneamente ser a indulgência preferível às demais obras de caridade ou melhor do que elas.
42ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos, não ser pensamento e opinião do papa que a aquisição de indulgência de alguma maneira possa ser comparada com qualquer obra de caridade.
43ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos proceder melhor quem dá aos pobres ou empresta aos necessitados do que os que compram indulgências.
44ª Tese
Ê que pela obra de caridade cresce o amor ao próximo e o homem torna-se mais piedoso; pelas indulgências, porém, não se torna melhor senão mais seguro e livre da pena.
45ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos que aquele que vê seu próximo padecer necessidade e a despeito disto gasta dinheiro com indulgências, não adquire indulgências do papa. mas provoca a ira de Deus.
46ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos que, se não tiverem fartura , fiquem com o necessário para a casa e de maneira nenhuma o esbanjem com indulgências.
47ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos, ser a compra de indulgências livre e não ordenada
48ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa precisa conceder mais indulgências, mais necessita de uma oração fervorosa do que de dinheiro.
49ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos, serem muito boas as indulgências do papa enquanto o homem não confiar nelas; mas muito prejudiciais quando, em conseqüência delas, se perde o temor de Deus.
50ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa tivesse conhecimento da traficância dos apregoadores de indulgências, preferiria ver a catedral de São Pedro ser reduzida a cinzas a ser edificada com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas.
51ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos que o papa, por dever seu, preferiria distribuir o seu dinheiro aos que em geral são despojados do dinheiro pelos apregoadores de indulgências, vendendo, se necessário fosse, a própria catedral de São Pedro.
52º Tese
Comete-se injustiça contra a Palavra de Deus quando, no mesmo sermão, se consagra tanto ou mais tempo à indulgência do que à pregação da Palavra do Senhor.
53ª Tese
São inimigos de Cristo e do papa quantos por causa da prédica de indulgências proíbem a Palavra de Deus nas demais igrejas.
54ª Tese
Esperar ser salvo mediante breves de indulgência é vaidade e mentira, mesmo se o comissário de indulgências, mesmo se o próprio papa oferecesse sua alma como garantia.
55ª Tese
A intenção do papa não pode ser outra do que celebrar a indulgência, que é a causa menor, com um sino, uma pompa e uma cerimônia, enquanto o Evangelho, que é o essencial, importa ser anunciado mediante cem sinos, centenas de pompas e solenidades.
56ª Tese
Os tesouros da Igreja, dos quais o papa tira e distribui as indulgências, não são bastante mencionados e nem suficientemente conhecido na Igreja de Cristo.
57ª Tese
Que não são bens temporais, é evidente, porquanto muitos pregadores a estes não distribuem com facilidade, antes os ajuntam.
58ª Tese
Tão pouco são os merecimentos de Cristo e dos santos, porquanto estes sempre são eficientes e, independentemente do papa, operam salvação do homem interior e a cruz, a morte e o inferno para o homem exterior.
59ª Tese
São Lourenço aos pobres chamava tesouros da Igreja, mas no sentido em que a palavra era usada na sua época.
60ª Tese
Afirmamos com boa razão, sem temeridade ou leviandade, que estes tesouros são as chaves da Igreja, a ela dado pelo merecimento de Cristo.
61ª Tese
Evidente é que para o perdão de penas e para a absolvição em determinados casos o poder do papa por si só basta.
62ª Tese
O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus.
63ª Tese
Este tesouro, porém, é muito desprezado e odiado, porquanto faz com que os primeiros sejam os últimos.
64ª Tese
Enquanto isso o tesouro das indulgências é sabiamente o mais apreciado, porquanto faz com que os últimos sejam os primeiros.
65ª Tese
Por essa razão os tesouros evangélicos outrora foram as redes com que se apanhavam os ricos e abastados.
66ª Tese
Os tesouros das indulgências, porém, são as redes com que hoje se apanham as riquezas dos homens.
67ª Tese
As indulgências apregoadas pelos seus vendedores como a mais sublime graça decerto assim são consideradas porque lhes trazem grandes proventos.
68ª Tese
Nem por isso semelhante indigência não deixa de ser a mais Intima graça comparada com a graça de Deus e a piedade da cruz.
69ª Tese
Os bispos e os sacerdotes são obrigados a receber os comissários das indulgências apostólicas com toda a reverência-
70ª Tese
Entretanto têm muito maior dever de conservar abertos olhos e ouvidos, para que estes comissários, em vez de cumprirem as ordens recebidas do papa, não preguem os seus próprios sonhos.
71ª Tese
Aquele, porém, que se insurgir contra as palavras insolentes e arrogantes dos apregoadores de indulgências, seja abençoado.
72ª Tese
Quem levanta a sua voz contra a verdade das indulgências papais é excomungado e maldito.
73ª Tese
Da mesma maneira em que o papa usa de justiça ao fulminar com a excomunhão aos que em prejuízo do comércio de indulgências procedem astuciosamente.
74ª Tese
Muito mais deseja atingir com o desfavor e a excomunhão àqueles que, sob o pretexto de indulgência, prejudiquem a santa caridade e a verdade pela sua maneira de agir.
75ª Tese
Considerar as indulgências do papa tão poderosas, a ponto de poderem absolver alguém dos pecados, mesmo que (cousa impossível) tivesse desonrado a mãe de Deus, significa ser demente.
78 ª Tese
Bem ao contrario, afirmamos que a indulgência do papa nem mesmo o menor pecado venial pode anular o que diz respeito à culpa que constitui.
77ª Tese
Dizer que mesmo São Pedro, se agora fosse papa, não poderia dispensar maior indulgência, significa blasfemar S. Pedro e o papa.
78ª Tese
Em contrario dizemos que o atual papa, e todos os que o sucederam, é detentor de muito maior indulgência, isto é, o Evangelho, as virtudes o dom de curar, etc., de acordo com o que diz 1Coríntios 12.
79ª Tese
Afirmar ter a cruz de indulgências adornada com as armas do papa e colocada na igreja tanto valor como a própria cruz de Cristo, é blasfêmia.
80ª Tese
Os bispos, padres e teólogos que consentem em semelhante linguagem diante do povo, terão de prestar contas deste procedimento.
81ª Tese
Semelhante pregação, a enaltecer atrevida e insolentemente a Indulgência, faz com que mesmo a homens doutos é difícil proteger a devida reverência ao papa contra a maledicência e as fortes objeções dos leigos.
82 ª Tese
Eis um exemplo: Por que o papa não tira duma só vez todas as almas do purgatório, movido por santíssima' caridade e em face da mais premente necessidade das almas, que seria justíssimo motivo para tanto, quando em troca de vil dinheiro para a construção da catedral de S. Pedro, livra um sem número de almas, logo por motivo bastante Insignificante?
83ª Tese
Outrossim: Por que continuam as exéquias e missas de ano em sufrágio das almas dos defuntos e não se devolve o dinheiro recebido para o mesmo fim ou não se permite os doadores busquem de novo os benefícios ou pretendas oferecidos em favor dos mortos, visto' ser Injusto continuar a rezar pelos já resgatados?
84ª Tese
Ainda: Que nova piedade de Deus e dó papa é esta, que permite a um ímpio e inimigo resgatar uma alma piedosa e agradável a Deus por amor ao dinheiro e não resgatar esta mesma alma piedosa e querida de sua grande necessidade por livre amor e sem paga?
85ª Tese
Ainda: Por que os cânones de penitencia, que, de fato, faz muito caducaram e morreram pelo desuso, tornam a ser resgatados mediante dinheiro em forma de indulgência como se continuassem bem vivos e em vigor?
86ª Tese
Ainda: Por que o papa, cuja fortuna hoje é mais principesca do que a de qualquer Credo, não prefere edificar a catedral de S. Pedro de seu próprio bolso em vez de o fazer com o dinheiro de fiéis pobres?
87ª Tese
Ainda: Quê ou que parte concede o papa do dinheiro proveniente de indulgências aos que pela penitência completa assiste o direito à indulgência plenária?
88ª Tese
Afinal: Que maior bem poderia receber a Igreja, se o papa, como Já O faz, cem vezes ao dia, concedesse a cada fiel semelhante dispensa e participação da indulgência a título gratuito.
89ª Tese
Visto o papa visar mais a salvação das almas do que o dinheiro, por que revoga os breves de indulgência outrora por ele concedidos, aos quais atribuía as mesmas virtudes?
90ª Tese
Refutar estes argumentos sagazes dos leigos pelo uso da força e não mediante argumentos da lógica, significa entregar a Igreja e o papa a zombaria dos inimigos e desgraçar os cristãos.
91ª Tese
Se a Indulgência fosse apregoada segundo o espírito e sentido do papa, aqueles receios seriam facilmente desfeitos, nem mesmo teriam surgido.
92ª Tese
Fora, pois, com todos estes profetas que dizem ao povo de Cristo: Paz! Paz! e não há Paz.
93ª Tese
Abençoados sejam, porém, todos os profetas que dizem à grei de Cristo: Cruz! Cruz! e não há cruz.
94ª Tese
Admoestem-se os cristãos a que se empenhem em seguir sua Cabeça Cristo através do padecimento, morte e inferno.
95ª Tese
E assim esperem mais entrar no Reino dos céus através de muitas tribulações do que facilitados diante de consolações infundadas.


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“Ninguém pode vir a mim” (João 6:44).

O homem natural é incapaz de “vir a Cristo”. Citemos João 6:44, ” Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o trouxer.” A razão pela qual “duro é esse discurso”, até mesmo para milhares que professam ser cristãos, é que eles fracassam completamente em compreender o terrível estrago que a queda provocou; e, o que é pior, eles mesmos não se dão contam da “chaga” que existe nos seus próprios corações (1 Rs. 8:38). Certamente se o Espírito já os tivesse despertado do sono da morte espiritual, e lhes dado ver alguma coisa do pavoroso estado em que estão por natureza, e feito sentir que suas “mentes carnais” são “inimizade contra Deus” (Rm. 8:7), então eles não mais discordariam dessa solene palavra de Cristo. Mas aquele que está espiritualmente morto não pode ver nem sentir espiritualmente.


Onde reside a total incapacidade do homem natural? Ela não está na falta das faculdades necessárias. Isso tem de ser bastante enfatizado, do contrário o homem caído deixaria de ser uma criatura responsável. Mesmo que os efeitos da queda tenham sido terríveis, eles não privaram o homem de nenhuma das faculdades que Deus originalmente lhe concedeu. É verdade que o pecado tirou do homem a capacidade de utilizar essas faculdades corretamente, ou seja, empregá-las para a glória do Criador. Entretanto, o homem caído possui ainda a mesma natureza, corpo, alma e espírito, que tinha antes da Queda. Nenhuma parte do ser do homem foi aniquilada, ainda que cada uma tenha sido contaminada e corrompida pelo pecado. De fato, o homem morreu espiritualmente, mas a morte não é a extinção do ser (aniquilação) — morte espiritual é a alienação de Deus (Ef. 4:18). Aquele que é espiritualmente morto está bem vivo e ativo no serviço de Satanás.

A incapacidade do homem caído (não regenerado) de vir a Cristo não reside em nenhum defeito físico ou mental. Ele tem o mesmo pé para levá-lo tanto a um local onde o Evangelho é pregado, como para caminhar até um bar. Ele possui os mesmos olhos que podem lhe servir para ler tanto as Escrituras Sagradas como os jornais. Ele tem os mesmos lábios e voz para clamar a Deus os quais usa agora em conversas fiadas e em canções ridículas. Assim, também, possui as mesmas faculdades mentais para ponderar sobre as coisas de Deus e sobre a eternidade, as quais ele utiliza tão diligentemente nos seus negócios. É por causa disso que o homem é “indesculpável”. É o mau uso das faculdades que o Criador lhe concedeu que aumenta a sua culpa. Que cada servo de Deus veja que essas coisas pesam constantemente sobre os seus ouvintes não convertidos.

1) A incapacidade do homem está na sua natureza corrompida.

Nós temos de ir bem mais a fundo se quisermos encontrar a fonte da incapacidade do homem. Devido à queda de Adão, e por causa do nosso próprio pecado, a nossa natureza se tornou tão corrompida e depravada que é impossível para qualquer homem “vir a Cristo”, amá-lO e serví-lO, estimá-lO mais que tudo neste mundo e submeter-se a Ele, até que o Espírito de Deus o regenere e implante nele uma nova natureza. A fonte amarga não pode jorrar água doce, nem a árvore má produzir bons frutos. Deixe-me tentar explicar isso melhor através de uma ilustração. É da natureza de um abutre alimentar-se de carniça; no entanto, ele tem os mesmos órgãos e membros que lhe permitiriam comer grãos, como fazem as galinhas, mas ele não possui nem a disposição nem o apetite para tal alimento. É da natureza da porca o chafurdar na lama; e apesar dela possuir pernas como a ovelha para levá-la à campina, lhe falta entretanto o desejo por pastos verdejantes. Assim acontece com o homem não-regenerado. Ele tem as mesmas faculdades físicas e mentais que o homem regenerado possui para empregar no serviço e nas coisas de Deus, mas não tem amor por elas.

“Adão… gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem” (Gn. 5:3). Que terrível contraste há aqui com o que lemos dois versículos antes: “… Deus criou o homem, à semelhança de Deus o fez”. No intervalo entre esses dois versos, o homem caiu, e um pai caído pode gerar somente um filho caído, transmitindo-lhe a sua própria depravação. “Quem da imundícia poderá tirar coisa pura? (Jó 14:4). Por isso nós encontramos o salmista de Israel declarando, “Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe” (Sl. 51:5). No entanto, apesar de por natureza Davi ser um monte de iniquidade e pecado (como também somos nós), mas tarde a graça fez dele o homem segundo o coração de Deus. Desde que idade essa corrupção da natureza aparece nas crianças? “Até a criança se dá a conhecer pelas suas obras” (Pv. 20:11). A corrupção do seu coração logo se manifesta: orgulho, vontade própria, vaidade, mentira, aversão ao que é bom, são frutos amargos que cedo brotam no novo, mas corrupto, ramo.

2) A incapacidade do homem está na completa escuridão em que se encontra o seu intelecto.

Essa importante faculdade da alma foi destituída da sua glória original, e coberta de confusão. Tanto a mente como a consciência estão corrompidas: “Não há quem entenda”(Rm. 3:11). O apóstolo solenemente lembra os santos, “Pois outrora éreis trevas” (Ef. 5:8), não somente estavam “em trevas”, mas eram as própria “trevas”. O pecado fechou as janelas da alma e a escuridão se estende por todo o lugar: ela é a região das trevas e da sombra da morte, onde a luz é como a escuridão. Lá reina o príncipe das trevas, onde não se pratica nada além das obras das trevas. Nós nascemos espiritualmente cegos, e não podemos ter essa visão restaurada sem um milagre da graça. Esse é o seu caso quem quer que você seja, se ainda não nasceu de novo” (Thomas Boston, 1680). “São filhos sábios para o mal, e não sabem fazer o bem” (Jr. 4:22).

“O pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar”(Rm. 8:7). Existe no homem não regenerado uma oposição e aversão pelas coisas espirituais. Deus revelou a Sua vontade aos pecadores no tocante ao caminho da salvação, contudo eles não trilharão esse caminho. Eles sabem que somente Cristo é capaz de salvá-los, no entanto eles recusam se separar das coisas que obstruem o seu caminho até a Ele. Eles ouvem que é o pecado que mata a alma, no entanto o afagam em seu peito. Eles não dão ouvidos às ameaças de Deus. Os homens acreditam que o fogo há de consumir-lhes, e estão em grande tormento para evitá-lo; contudo, mostram com suas ações que consideram as chamas eternas como se fossem um mero espantalho. O mandamento divino é “santo, justo e bom”, mas o homem o odeia, e só o observa enquanto a sua respeitabilidade é promovida entre os homens.

3) A incapacidade do homem está na corrupção dos seus sentimentos.

“O homem, no estado em que se encontra, antes de receber a graça de Deus, ama tudo e qualquer coisa que não seja espiritual. Se você quiser uma prova disso, olhe ao seu redor. Não há necessidade de nenhum monumento à depravação dos sentimentos humanos. Olhe por toda parte. Não há uma rua, uma casa, e não somente isso, nenhum coração, que não possua uma triste evidência dessa terrível verdade. Por que no Dia do Senhor o homem não é encontrado congregando-se na casa de Deus? Por que não nos achamos mais freqüentemente lendo nossas Bíblias? O que acontece para a oração ser um dever quase que totalmente negligenciado? Por que Jesus Cristo é tão pouco amado? Por que até mesmo os seus seguidores professos são tão frios em seus sentimentos para com Ele? De onde procedem essas coisas? Seguramente, caros irmãos, nós não podemos creditá-las a outra fonte que não a corrupção e a perversão dos sentimentos. Nós amamos o que deveríamos odiar, e odiamos o que deveríamos amar. Não é outra coisa senão a natureza humana caída que nos faz amar esta vida mais do que a vida por vir. É um efeito da Queda o fato do homem amar o pecado mais que a justiça, e os caminhos do mundo mais que os caminhos de Deus”. (Sermão de C.H. Spurgeon em Jo. 6:44).

Os sentimentos do homem não regenerado são totalmente depravados e desordenados. “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto” (Jr. 17:9). O Senhor Jesus afirmou solenemente que os sentimentos do homem caído (não regenerado) são a fonte de toda abominação: “Porque de dentro do coração do homem, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, a malícia, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura” (Mc. 7:21,22). Os sentimentos do homem natural estão miseravelmente deformados, ele é um monstro espiritual. O seu coração se encontra onde deveriam estar os seus pés, seguro ao chão; seus calcanhares estão levantados contra os Céus, para onde deveria estar posto o seu coração (At. 9:5). Sua face está voltada para o inferno; por isso Deus o chama para converter-se. Ele se alegra com o que deveria entristecê-lo, e se entristece com o que deveria alegrá-lo; se gloria com a vergonha, e se envergonha da sua glória; abomina o que deveria desejar, e deseja o que deveria abominar (Pv. 2:13-15) (extraído do Boston’s Fourfold State).

4) Sua incapacidade está na total perversão da sua vontade.

“O homem pode ser salvo se ele quiser”, diz o arminiano. Nós lhe respondemos, “Meu caro senhor, nós todos cremos nisso; mas essa é que é a dificuldade — se ele quiser.” Nós afirmamos que nenhum homem deseja vir a Cristo por sua própria vontade; não, não somos nós que o dizemos, mas Cristo mesmo declara: “Contudo não quereis vir a mim para terdes vida” (Jo. 5:40); e enquanto esse “não quereis vir” estiver registrado nas Escrituras nós não podemos ser levados a crer em nenhuma doutrina do livre arbítrio. “É estranho como as pessoas, quando falam sobre livre arbítrio, falam de coisas das quais nada compreendem. Um diz “Ora, eu creio que o homem pode ser salvo ser ele quiser”. Mas essa não é toda a questão. O problema é: é o homem naturalmente disposto a se submeter aos termos do Evangelho de Cristo? Afirmamos, com autoridade bíblica, que a vontade humana é tão desesperadamente dada ao engano, tão depravada, e tão inclinada para tudo que é mau, e tão avessa a tudo aquilo que é bom, que sem a poderosa, sobrenatural e irresistível influência do Espírito Santo, nenhum homem nunca será constrangido a buscar a Cristo.” (C.H. Spurgeon).

“Há uma corda de três pontas contra o céu e a santidade, que não é fácil de ser rompida; um homem cego, uma vontade pervertida, e um sentimento desordenado. A mente, inchada pela vaidade, diz que o homem não deve se humilhar; a vontade, inimiga da vontade de Deus, diz: ele não quer; as emoções corrompidas levantando-se contra o Senhor, em defesa da vontade corrompida diz: ele não irá. Assim a pobre criatura permanece irredutível contra Deus, até o dia do Seu poder, quando é feito nova criatura” (Thomas Boston).

Pode ser que alguns leitores sejam inclinados a dizer: “ensinamentos como estes desencorajam pecadores e os levam ao desespero”. Nossa resposta é: Primeiro, eles estão de acordo com a Palavra de Deus! Segundo, esperamos que Ele se agrade em usar essas verdades para levar alguns a desesperarem-se de qualquer ajuda que possam encontrar neles mesmos. Terceiro, esse ensino manifesta a absoluta necessidade da obra do Espírito Santo nessas criaturas depravadas e espiritualmente impotentes, se algum dia vierem salvificamente a Cristo. Então, até que isso seja claramente entendido, o Seu auxílio nunca será realmente buscado.

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